Coimbra

Metro Mondego mantém início de operação em 2024 mas admite que há obras “críticas”

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 12-01-2023

O presidente da Metro Mondego afirmou hoje que mantém a previsão de arranque das operações no troço suburbano, entre Lousã e Coimbra, para o primeiro trimestre 2024, mas admitiu que há obras “críticas” que não podem ter qualquer derrapagem.

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“Estou confiante de que, nessa data, [primeiro trimestre de 2024] vamos pôr o sistema a funcionar. Pode haver alguma surpresa? Pode”, disse o presidente da Metro Mondego (MM), João Marrana, que falava aos jornalistas no final de uma apresentação do projeto do Parque de Material e Oficinas (PMO) do Sistema de Mobilidade do Mondego (SMM), serviço que terá um troço suburbano (entre Lousã e Coimbra) e outro urbano na cidade de Coimbra.

Questionado pela agência Lusa, o responsável manteve também para o final de 2024 o arranque do troço urbano, mas admitiu que há duas empreitadas num “caminho crítico”, entre elas o PMO, que irá ser construído na localidade de Sobral de Ceira, concelho de Coimbra, e o fornecimento dos sistemas técnicos que darão suporte ao SMM.

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Essas duas empreitadas “são necessárias para o sistema poder operar”, notou.

“Se houver alguma derrapagem de qualquer uma delas não será possível pôr o sistema em operação no início de 2024, porque, na zona suburbana, não é possível operar sem existirem sistemas técnicos a funcionar plenamente”, que são obrigatórios, por razões de segurança, por nesse troço o SMM operar em via única, admitiu.

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A apresentação do PMO decorreu na Junta de Freguesia de Ceira, tendo sido apresentado o investimento de cerca de 10 milhões de euros que será feito em Sobral de Ceira, que João Marrana disse acreditar que será consignado em fevereiro.

Aquela infraestrutura com cerca de dois hectares, onde ficará instalado o Posto de Comando Central do sistema, irá ter 110 trabalhadores, entre motoristas, reguladores, pessoal de manutenção, segurança e inspeção.

Durante a apresentação, vários moradores da zona a ser intervencionada queixaram-se da demora no pagamento das expropriações – havendo ainda casos de pessoas à espera do pagamento -, do valor da indemnização a receber, assim como de terrenos “parados” por causa do SMM.

Carlos Souto, um dos habitantes, referiu que tem um terreno onde desde 2009 (quando se previa que o SMM seria com um metro ligeiro de superfície) não pode fazer qualquer intervenção ou construção, porque está reservado pela MM para uma possível expansão do PMO.

“São 14 anos à espera, com um terreno onde não posso fazer nada e onde continuo a pagar IMI”, reclamou.

Segundo João Marrana, os terrenos “reservados” para o PMO, mas que não foram expropriados, estão dependentes de uma possibilidade de expansão do parque, seja para a construção da sede da MM, seja para um aumento da sua capacidade (só poderá acolher 40 autocarros, nas atuais dimensões).

Presente na apresentação, a vereadora da Câmara de Coimbra com o pelouro dos Transportes, Ana Bastos, defendeu que, havendo já uma expansão do sistema a Condeixa-a-Nova prevista no Plano Ferroviário Nacional (PFN), deveria avançar-se “para a expropriação definitiva dos terrenos” para acabar com o impasse provocado aos habitantes daquela zona.

O SMM terá 42 quilómetros (12 em troço urbano e 30 em suburbano), 42 estações e um investimento global de cerca de 150 milhões de euros, num sistema que será servido por autocarros elétricos, que vão circular num canal de via dedicada, com duas exceções na cidade de Coimbra (junto aos Hospitais da Universidade e à Câmara Municipal).

Com uma previsão de 13 milhões de passageiros por ano, o sistema terá uma frequência de cinco em cinco minutos em hora de ponta na zona urbana de Coimbra.

De acordo com João Marrana, prevê-se que a população de Coimbra que vai passar a usar transporte público duplique, de 17% para 34%, num espaço de três anos depois de o SMM arrancar.

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