Meruge celebra Entrudo à moda antiga
Um cortejo com música e folia vai percorrer as ruas de Meruge, em Oliveira do Hospital, no sábado, numa celebração que visa reatar as tradições do Entrudo beirão.
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imagem Laje Grande
“Vir para a rua correr o Entrudo e organizar as características cegadas, era uma prática comum a todas as aldeias da Beira Serra antes dos abrasileiramentos das nossas tradições carnavalescas”, realça a organização em comunicado.
Promovido pela Associação para o Desenvolvimento Social e Cultural do Vale do Cobral (ADSCVC), com apoio da Junta de Freguesia e outras coletividades de Meruge, o programa da Cegada do Entrudo começa às 20:00, com um Desfile Trapalhão que inclui animação pela Companhia de Teatro Viv’Arte, de Oliveira do Bairro.
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“Esta manifestação burlesca gira à volta de ditos e cantigas em que impera a crítica social e de costumes, a que a cacofonia dos improvisados instrumentos de percussão e o impostor choro das carpideiras viúvas emprestam o ambiente de desmando coletivo e de rutura”, referem os organizadores.
O improviso de “rudes máscaras de papelão”, a transfiguração “com roupas velhas usadas pelo sexo oposto” ou a colocação de meias de vidro na cabeça “são disfarces ao alcance de todos os estratos sociais que tornam a cegada uma manifestação democrática”, organizada pelo segundo ano consecutivo.
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“O início do período quaresmal convidava a extroverter os desejos pagãos, a dar largas à folia bizarra e à estúrdia social”, práticas proibidas “durante o longo período de penitência e jejum” cumprido pelo Cristianismo.
Quase quatro meses após os incêndios que assolaram a região Centro, tendo Oliveira do Hospital sido um dos concelhos mais afetados, a organização apela à participação das pessoas no desfile, “com trajes a condizer” com a festividade.
“Trazer o funil para berrar umas quadras de sátira social, enriquecer o baile de máscaras, arrematar um bolo, uma garrafa, convidar ou ser convidado na ‘moda da flor’, são atrativos que contribuem para manter viva esta secular tradição e ajudar a causa social” da ADSCVC.
A iniciativa culmina com a Queima do Entrudo, às 21:00, no Terreiro do Santo, após “o féretro percorrer as ruas da freguesia, entre apupos, piropos e aplausos”.
Lida a sentença, “sempre drástica e inclemente”, o Entrudo “perecerá na pira purificadora”, antes do baile de máscaras, que começa às 21:30, no salão da Associação dos Amigos de Meruge.
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