Política

Marcelo Rebelo de Sousa considera frustrante a justiça não ter provado se Camarate foi acidente ou crime

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 04-12-2020

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, homenageou hoje Francisco Sá Carneiro, nos 40 anos da sua morte, e manifestou frustração por no plano da justiça não se ter provado se Camarate foi acidente ou crime.

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“Para quem acompanhou sucessivas comissões parlamentares de inquérito como representante da família de António Patrício Gouveia, lembrando sempre o corajoso Augusto Cid, e nessa qualidade concordou com as conclusões das últimas comissões no sentido de ter havido atentado, mesmo se não dirigido especificamente contra Francisco Sá Carneiro, é muito frustrante ter de admitir que o tempo acabou por não facilitar uma decisão jurisdicional com mais sedimentada base probatória”, considerou.

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“Qualquer que ela fosse, ter-me-ia aquietado mais como cidadão”, acrescentou o chefe de Estado e antigo presidente do PSD, no lançamento do livro “40 anos, 40 testemunhos sobre Sá Carneiro”, uma iniciativa da Juventude Social-Democrata (JSD), no Grémio Literário, em Lisboa.

Perante outros antigos presidentes do PSD como Pedro Passos Coelho, Pedro Santana Lopes e Luís Marques Mendes e Manuela Ferreira Leite presentes nesta sessão, Marcelo Rebelo de Sousa declarou que, “como militante da primeira hora”, deve a Sá Carneiro “o reconhecimento pela missão impossível tornada possível de ter construído um partido galvanizante a partir de quase nada, e por várias vezes”.

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Depois, lembrando “como cidadão” Francisco Sá Carneiro, disse que “dois traços avultam, um positivo, outro negativo”.

“Um negativo: o pesar que não me abandona, enquanto cidadão, de a nossa democracia nunca ter podido, no plano jurisdicional, carrear dados probatórios bastantes para se provar se Camarate foi acidente ou foi crime”, acrescentou.

O Presidente da República recordou que na queda do avião Cessna sobre Camarate em 04 de dezembro de 1980 “pereceram, além de Francisco Sá Carneiro, Snu Abecassis, Adelino Amaro da Costa, Maria Manuela Amaro da Costa, António Patrício Gouveia, Alfredo de Sousa e Jorge de Albuquerque”.

“A derradeira decisão judicial elenca razões para não poder ser provado que tenha havido crime, mas também considera não haver prova bastante para concluir que tenha havido acidente”, referiu.

Como traço “Um positivo: Francisco Sá Carneiro teve muitas, mas mesmo muitas vezes razão antes do tempo. Ao querer acelerar uma democracia civil, ao querer acelerar um regime económico de mercado mais europeu e menos ligado ao tempo revolucionário, ao querer mais Europa mais cedo”, elogiou.

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