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Mais velho ou mais novo?

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 19-12-2013

Um estudo internacional, em que participam investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular de Coimbra, concluiu que há “processos envolvidos no envelhecimento” que “são reversíveis”, anunciou hoje a Universidade daquela cidade.

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Desenvolvida com “ratos sujeitos a processo de envelhecimento até 30 meses”, a investigação incidiu nas mitocôndrias – “organelos que vivem dentro das nossas células fabricando energia no organismo essencial para a realização de funções vitais” –, que “têm sido identificadas como atores principais no envelhecimento”, refere a Universidade de Coimbra (UC).

A investigação, liderada pelo biólogo David Sinclair, da Harvard Medical School, de Boston (EUA), foi publicada na Cell, “uma das mais prestigiadas revistas científicas do mundo”.

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Os cientistas verificaram que “o que acelera o envelhecimento é a diminuição dos níveis de NAD+ [nicotinamida adenina], a qual acaba por resultar na quebra de comunicação entre o núcleo e a mitocôndria da célula, por um processo que envolve as sirtuínas (proteínas)”. E que estas “têm um papel importante na regulação do agente responsável por recuperar a comunicação intracelular”.

As experiências realizadas revelaram ainda que “administrando um composto endógeno, que permite que as células reponham os níveis de NAD+, é reparada a comunicação núcleo-mitocôndria e, consequentemente, toda a função mitocondrial”, sustentam os investigadores.

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“Trata-se de reunir novamente todas as peças para o puzzle ficar completo”, sintetizam os investigadores Anabela Rolo e Carlos Palmeira, do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC.

Basicamente, “volta a ligar-se o interruptor para reativar as funções comprometidas durante o processo de envelhecimento”, afirmam aqueles especialistas, numa explicação simples do fenómeno.

A descoberta pode fazer lembrar “O Estranho Caso de Benjamin Button” – filme sobre a história de um bebé invulgar com aparência e doenças de um velho de 80 anos, que com o avançar do tempo rejuvenesce –, admitem os dois investigadores.

É “uma analogia interessante”, mas que está “longe da realidade”, advertem.

“O estudo revela a reversão de alguns processos envolvidos no envelhecimento. Não se trata de uma inversão da velhice à infância”, sublinham, adiantando que “as experiências revelaram que um ratinho de 30 meses passa a apresentar características funcionais de um ratinho de seis meses, face aos parâmetros avaliados”.

Por outro lado, acautela a equipa envolvida na avaliação da função mitocondrial, “ainda são necessários muito mais estudos para verificar o impacto, muito promissor, dos resultados desta pesquisa, quer nas patologias relacionadas com o envelhecimento, quer no cancro, diabetes” e outras doenças.

A investigação foi financiada pelo instituto National on Agingn, dos EUA, e pelas fundações, igualmente norte-americanas, Glenn for Medical Research (EUA), Juvenile Diabetes Research e United Mitochondrial Disease.

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