Saúde

Mais de 7 milhões de euros por mês são gastos pelos portugueses para dormir

Notícias de Coimbra | 1 ano atrás em 17-03-2023

Hoje, dia 17, assinala-se o Dia Mundial do Sono e tudo indica que andamos a dormir pior. Os portugueses recorrem cada vez mais fármacos para conseguirem dormir e particularmente a medicamentos sem receita médica. Só em 2022, deixaram 87,39 milhões de euros nas farmácias, mais 10 milhões do que no ano anterior, o que dá uma média de 7,3 milhões de euros por mês. 

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Segundo dados que o Jornal de Notícias (JN) recolheu da consultora IQVIA Portugal, em 2022 a venda de medicamentos sujeitos a receita médica ascendeu a 67,3 milhões de euros, a que se somam 20,1 milhões de euros de medicamentos não sujeitos a receita médica. “Isto totaliza 87,4 milhões de euros gastos, no ano passado, nas farmácias, em indutores de sono (desde sedativos a tranquilizantes, para dormir, hipnóticos e calmantes). Trata-se de uma subida de cerca de 10 milhões de euros face a 2021, altura em que as farmácias venderam em medicamentos com e sem receita médica perto de 77,4 milhões de euros. De fora ficam ainda os produtos vendidos nas parafarmácias, onde foram gastos 5,5 milhões”, revela o jornal.

O aumento do consumo de medicamentos e suplementos para dormir “é preocupante”, afirma Mafalda van Zeller, médica que coordena a Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), alertando que “pode disfarçar problemas do sono mais graves que devem ter um acompanhamento diferenciado”.

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Quem sente dificuldade em dormir deve procurar um médico. Os casos que precisam de diagnóstico e tratamento mais específico devem depois ter acompanhamento diferenciado, acrescenta, sublinhando que os distúrbios do sono, como a insónia e a apneia do sono, “são cada vez mais prevalentes e têm impacto na saúde física e mental”.

“Um inquérito realizado nas redes sociais (2184 respostas) da SPP lança pistas para a dimensão do problema: 52% dos inquiridos admitem que raramente ou apenas às vezes dorme bem, 75% dorme menos de 7 horas e 19% dorme menos de 6 horas por noite. Cerca de 44% refere já ter feito medicação para dormir e 12,5% faz medicação todos os dias. Portugal acompanha a tendência internacional crescente de as pessoas, sobretudo estudantes e mulheres, “roubam” horas ao sono para lazer por terem muitos afazeres e compromissos durante o dia”, pode ler-se na notícia.

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A privação de sono está associada a doenças cardiovasculares, problemas do metabolismo como obesidade, alteração da capacidade de decisão, enfraquecimento do sistema imunitário, capacidade de aprendizagem, humor e outras.

Os conselhos para ajudar a dormir melhor giram em torno de um “horário regular para deitar e acordar, evitar exposição a tecnologia (telemóveis, computadores, etc.) e alimentos estimulantes (café, chá preto, chocolates) antes de ir dormir, fazer exercício físico regular”, segundo o JN.

Procurar ajuda é importante. Se sofre de distúrbios do sono, como a insónia e a apneia do sono deve procurar avaliação médica especializada em consulta do sono.

Em 2022, foram gastos 5,5 milhões de euros nas parafarmácias em produtos e calmantes para dormir (sem receita médica). Foram vendidas 384.849 embalagens.

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