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Leslie: Soure lamenta lentidão do Estado para definir e atribuir apoios

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 11-10-2019

O presidente da Câmara de Soure, Mário Jorge Nunes, lamentou hoje a lentidão do Estado na definição e atribuição de apoios para resolver os problemas provocadas há um ano pela tempestade Leslie.

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Mário Jorge Nunes

“Quem está a falhar é o Estado, que prometeu linhas de apoio” às autarquias e a outras entidades para a reposição e reabilitação de infraestruturas e equipamentos das áreas afetados pela passagem do furacão Leslie por Portugal – e onde chegou como tempestade tropical em 13 de outubro de 2018 –, “mas até hoje não veio nada”, criticou o presidente do município de Soure, no distrito de Coimbra.

“Faltam decisões concretas”, afirmou o autarca socialista, referindo designadamente que a Câmara de Soure submeteu uma candidatura de cerca de 500 mil euros ao Fundo de Emergência Municipal, para fazer face a prejuízos em património municipal, como a antiga cadeia da vila (onde estão instalados serviços como a Comissão de Proteção de Crianças e Jovens), mas ainda aguarda resposta da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.

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Outras entidades, como a Associação Cultural, Recreativa e Desportiva de Simões (localidade da freguesia de Soure), cuja sede sofreu prejuízos estimados em cerca de cem mil euros, continua à espera de apoio, exemplificou, por outro lado, Mário Jorge Nunes.

As instalações da associação vão degradar-se ainda mais, pois vão passar “mais um inverno sem cobertura”, que foi totalmente destruída e levada pelo Leslie para várias dezenas de metros de distância.

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A Câmara está disponível para comparticipar os custos da reabilitação do edifício da coletividade de Simões, mas não os pode suportar sozinha, salientou o autarca.

De todo o modo, no que diz respeito a espaços e equipamentos municipais, desde sinalética e abrigos de paragens de autocarro, a escolas ou de ecopontos e caixotes de lixo a pavilhões, já estão recuperados ou substituídos, graças ao “grande esforço” do município, referiu ainda, em declarações à agência Lusa, Mário Jorge Nunes.

As piscinas municipais de Vila Nova da Anços continuam, no entanto, sem as obras necessárias, lamentou o presidente da Câmara de Soure, recordando que este equipamento tinha um projeto de reabilitação (envolvendo um investimento da ordem de um milhão de euros), que teve de ser suspenso, porque a tempestade provocou danos que obrigaram à alteração do projeto, que também foi reformulado para “precaver futuros fenómenos idênticos” ao de outubro de 2018.

Agora, o projeto aguarda apenas o parecer do Tribunal de Contas, acrescentou o autarca.

“Temos obrigação de aprender com as situações com que a Natureza nos vai confrontando” e encontrar novas formas de lidar com este novo tipo de situações e que, com diferentes graus de gravidade, “se vão tornar cada vez mais frequentes”, alertou o presidente da Câmara de Soure.

Os maiores prejuízos provocados pelo Leslie em Soure registaram-se, porém, na atividade económica do concelho (na altura avaliados em cerca de três milhões de euros), particularmente no setor industrial e na agricultura.

Mas, de um modo geral, as empresas já retomaram a normalidade, adiantou Mário Jorge Nunes, sublinhando que “os empreendedores [de Soure] são determinados a enfrentar os problemas e a resolver as situações”.

Já em relação à agricultura, tem sido mais complicado, reconheceu. Houve “prejuízos enormes nas colheitas”, sobretudo de arroz, milho e fruta, que, na maior parte dos casos, não estavam abrangidas pelos seguros – também aqui, sustentou, há uma aprendizagem a fazer, nomeadamente em relação aos seguros, que devem ser cada vez mais adequados aos produtos cultivados e à sua exposição às adversidades, mormente resultantes dos cada vez mais frequentes fenómenos decorrentes das alterações climáticas.

A tempestade Leslie por Portugal provocou 28 feridos ligeiros e 61 desalojados, 57 dos quais no distrito de Coimbra, que foi o mais afetado.

De acordo com estimativas então feitas, os prejuízos provocados pela tempestade ultrapassaram os 100 milhões de euros, mais de seis milhões dos quais no concelho de Soure, onde foram atingidas perto de cinco mil casas, que sofreram danos num valor global superior a dois milhões de euros.

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