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Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 15-04-2014

Coimbra viveu há 40 anos “uma tentativa de contragolpe” das forças da ditadura, tendo a população assegurado a derrota do fascismo cinco dias depois do 25 de Abril, segundo um livro que será publicado na próxima semana.

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Intitulado “A força do povo – O 25 de Abril em Coimbra”, o livro foi concebido por Victor Costa (texto) e Alexandre Ramires (imagens) e será apresentado no dia 25 de abril, às 11:00, no auditório da Reitoria da Universidade de Coimbra.

“No distrito de Coimbra, o poder político fascista deu sinais de estar a organizar uma tentativa de resistência ao movimento dos capitães, a única tentativa civil deste tipo em todo o país, tanto quanto me é dado saber”, afirma Victor Costa, no início da obra.

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O antigo deputado do PCP disse hoje à agência Lusa que o golpe do Movimento das Forças Armadas (MFA), tanto na cidade do Mondego como no distrito, “é um processo muito singular no país que merece ser conhecido”.

As comemorações dos 40 anos da Revolução dos Cravos são uma oportunidade “para lembrar o papel de cidadãos anónimos” no desfecho do 25 de Abril em Coimbra, acrescentou.

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“O governador civil, Leopoldo Cunha Matos, reuniu-se com vários presidentes de câmara e outras entidades fascistas, foi publicado um comunicado a jurar fidelidade ao governo de Marcelo Caetano, já deposto, e foi difundido um apelo à resistência contra o golpe militar”, escreve.

Os retransmissores da Emissora Nacional e da RTP, na Serra da Lousã, “foram desligados da rede nacional, ficando a programação e o noticiário subordinados e confinados à programação regional”.

Victor Costa disse à Lusa que, em Coimbra, os protagonistas das forças democráticas foram sobretudo “civis anónimos”, entre milhares de estudantes e populares que se manifestaram no dia 26 de abril.

O desfile culminaria com um cerco à sede da PIDE e com os manifestantes, por sua vez, a serem cercados por forças da PSP.

A intervenção do MFA só aconteceu após quatro dias de cerco às instalações da PIDE, tendo a PSP e a polícia política da ditadura sido neutralizadas pelos militares, segundo Victor Costa.

A apresentação do livro, editado pela Lápis de Memórias, é apoiada pelo Ateneu de Coimbra, Câmara Municipal e Universidade de Coimbra.

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