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Investigador de Coimbra alerta para a necessidade de Portugal fixar doutorados

Notícias de Coimbra | 10 anos atrás em 08-01-2014

O coordenador da plataforma tecnologia de Ressonância Magnética Nuclear (RMN) da Universidade de Coimbra (UC), Rui Brito, alertou hoje para a necessidade de Portugal fixar doutorados nas empresas e nas instituições científicas e de ensino.

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Rui Brito falava, ao final da manhã de hoje, na Sala do Senado da UC, na sessão de inauguração daquela plataforma (UC-RMN), que resulta da fusão do laboratório de RMN do Departamento de Química (CCC-NMR) e da unidade de RMN do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC), unidades da Rede Nacional de RMN.

“Não basta ter programas dirigidos aos desempregados e aos desempregados de longa duração”, afirmou o investigador, sustentando que “tão ou mais importantes serão programas que permitam a fixação de doutorados em empresas, instituições de ensino superior ou instituições científicas”.

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A solução para o país “não é o empobrecimento, o envelhecimento e a contração populacional, mas sim o desenvolvimento técnico-científico, a fixação de novos talentos e a criação de produtos e serviços de elevado valor acrescentado para o mercado global, numa parceria virtuosa entre Universidade e empresas tecnológicas”, defendeu Rui Brito.

A UC-NMR é uma “aposta que reflete a convicção” de que, “devido à complexidade e custos das tecnologias envolvidas, não é possível manter a atualização dos equipamentos ou racionalizar o seu uso, sustentando múltiplos equipamentos de grande porte, do mesmo tipo, dispersos na mesma instituição”.

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A concentração, porém, “não deve ser generalizada a equipamentos ligeiros e muito menos à fusão indiscriminada de grupos científicos, que, por definição, devem ser flexíveis, adaptáveis a novos desafios e abertos a novas reconfigurações”, advertiu Rui Brito.

A UC-NMR é a primeira de um conjunto de plataformas tecnológicas que a UC vai desenvolver e em que investirá cerca de dez milhões de euros em equipamento científico e tecnológico, que serão suportados essencialmente por fundos comunitários, através do Programa Mais Centro, no âmbito do QREN (Quadro de Referência Estratégica Nacional).

Perto de 8,5% dos cerca de 1.700 milhões de euros do Mais Centro “são dedicados à ciência, para melhorar a capacidade de produção de conhecimento” na região Centro, sublinhou, durante a mesma sessão, Pedro Saraiva, presidente da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), entidade gestora daquele programa.

O centro é “a segunda região mais inovadora do país” e faz parte das “cem regiões mais inovadoras da Europa” e é também a região portuguesa com a mais baixa taxa de desemprego, disse Pedro Saraiva, explicando que a situação se deve, em grande medida, ao “entrosamento entre quem gera conhecimento e o tecido económico”, que ali se regista.

O objetivo da UC não é “ser a melhor de Portugal”, mas antes “ser uma universidade relevante em termos internacionais”, sustentou, por seu lado, o reitor da Universidade de Coimbra, João Gabriel Silva, considerando que a plataforma tecnológica hoje inaugurada tem, assim, de ser “capaz de responder, a nível da qualidade, no plano internacional”.

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