Coimbra

“Impõe-se bom planeamento. A catástrofe não justifica tudo”. Ordem dos Médicos do Centro quer resposta urgente para os cuidados intensivos

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 23-01-2021

Perante a realidade complexa da pandemia na região Centro e sendo necessárias medidas de exceção para a monitorização de doentes críticos, a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos (SRCOM) exorta a Administração Regional de Saúde (ARS) do Centro e o Ministério da Saúde a procurar soluções de emergência.

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Vejamos: “a abertura de camas, de enfermaria, de cuidados intermédios e de cuidados intensivos, não pode estar alheada da afetação adequada de recursos humanos médicos e de enfermagem. Todos os planos de contingência definidos já estão ultrapassados”, assume o presidente da SRCOM. 

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“Neste momento tão exigente e difícil não se pode continuar a criar camas sem o devido aumento de profissionais de saúde. É estar a mentir, é estar a criar a ilusão de uma capacidade que não existe já que doentes em camas sem profissionais de saúde a tratar desses doentes não são uma solução. Criar uma falsa sensação de segurança nesta matéria chega a ser imoral!”

Sublinha: “A população não pode ser enganada com a notícia de abertura de camas para a admissão hospitalar com o objetivo de tratar doentes quando não há mais médicos para poderem tratar esses doentes. Isto só está a contribuir para o cansaço, a exaustão e o burnout dos profissionais e acaba por ter o efeito contrário. Necessitamos de um reforço urgente de recursos humanos, é uma situação para a qual deveremos encarar soluções de emergência”, acrescenta o presidente da SRCOM.

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“É hora de olhar para todas as possibilidades. A ARS do Centro tem de assumir todas as hipóteses para salvar doentes críticos”, defende Carlos Cortes. “Iludir sistematicamente com os números alusivos a maior capacidade de internamento, estar sempre a revelar que há mais camas em Cuidados Intensivos sem que isso resulte em assistência médica adequada, não é estar a cuidar com humanismo e dedicação”.

“Estamos a enfrentar máximos históricos de falecimentos. Os profissionais de saúde têm a força e a coragem para enfrentar este momento difícil, mas muitos já estão em sofrimento. Estão a dar o máximo, o seu melhor. Procuram aprender e desenvolver-se, para melhor trabalhar em ambientes que não os seus, apesar das exigências diárias. Mas não lhes pode continuar a ser exigido, para além de mais tempo de trabalho e sacrifício das suas famílias, trabalhar nestas condições. As suas competências têm de ser utilizadas num contexto em que tal faça a diferença. O impacto sobre a saúde mental dos profissionais está a tornar-se devastador e o que irá ainda mais agravar o problema que estamos a atravessar. Impõe-se bom planeamento, a catástrofe não justifica tudo”, conclui.

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