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Há um português (premiado) na Guerra das Estrelas

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 08-02-2020

Gonçalo Cabaça, um dos artistas portugueses que trabalha na empresa de efeitos especiais Industrial Light & Magic, acaba de ser premiado nos Estados Unidos pelos trabalho no filme “Star Wars: A ascensão de Skywalker”, de J.J. Abrams.

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“Faço tudo aquilo que não é possível filmar, e tentamos fazer da forma mais realista possível. Se o nosso trabalho for bem feito, as pessoas nem duvidam dele nem é notado”, afirmou Gonçalo Cabaça à agência Lusa.

O artista português, em equipa com Don Wong, Thibault Gauriau e François-Maxence Desplanques, foi distinguido pelos pares, nos prémios anuais da organização Visual Effects Society, que reconhecem especificidades em matéria de efeitos visuais e especiais no cinema.

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Nas vésperas da cerimónia de entrega dos Óscares, marcada para domingo e em que o último filme da saga “Star Wars” está nomeado para o prémio de melhores efeitos visuais, Gonçalo Cabaça explica que ele é só mais um elemento de uma equipa técnica gigantesca que trabalhou aquela produção, através da Industrial Light & Magic (ILM), a empresa que George Lucas fundou em 1975.

A partir da Singapura, onde tem trabalhado nos últimos anos na ILM, Gonçalo Cabaça contou que lidera alguns projetos no departamento de efeitos da empresa, trabalhando em tudo o que é animado, num filme que tenha imagem real, como explosões, tempestades, acidentes, ou precise de “efeitos de indole mágica ou fantasiosa”.

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O prémio que conquistou nos Estados Unidos diz respeito a uma sequência com mais de cem planos em “Star Wars: A ascensão de Skywalker”, numa cena de luta junto ao mar entre os atores Adam Driver e Daisy Ridley, e cuja criação em digital envolveu várias pessoas durante oito meses.

É um trabalho muito específico e que fica quase diluído entre as centenas de pessoas que fizeram parte de uma produção de grande escala cinematográfica como “A Guerra das Estrelas”, mas junta-se a um currículo marcado por outros filmes de entretenimento, como “Vingadores: Endgame” (2019), “Kong: A ilha da caveira” (2017) e “A grande muralha” (2016).

Gonçalo Cabaça, nascido em Lisboa em 1972, recordou à Lusa um percurso que incluiu estudos em Design Industrial, em Teatro e uma experiência profissional como professor, durante 11 anos no Faial, Açores.

“Era um desafio por um ano e acabei por ficar onze. Era professor de Educação Visual e de Artes. Acabei por desenvolver com os alunos muito trabalho na área da animação e dos filmes”, contou.

Depois, trocou o ensino por um mestrado em efeitos visuais, no Reino Unido, e conseguiu um estágio em Los Angeles (Califórnia), “onde existia a indústria de cinema de pós-produção na altura”, e que lhe abriu todas as portas seguintes.

A partir daí trabalhou em Sidney (Austrália), Nova Iorque e São Francisco (Estados Unidos), até ir para Singapura, trabalhar numa das divisões da ILM.

“Eu não participo nas decisões criativas da história [de um filme]. Há um plano daquilo que se pretende e nós desenvolvemos o trabalho dentro desse plano e, eventualmente, conseguimos mudar alguma coisa, mas o objetivo não é esse. A nossa parte criativa é nas soluções encontradas para aquilo que nos é pedido”, disse.

Atualmente trabalha no filme “Free Guy”, de Shawn Levy, protagonizado por Ryan Reynolds, e que deverá estrear-se no verão.

Sobre os Óscares, Gonçalo Cabaça não dá palpites sobre quem ganhará o de melhor efeitos visuais.

“Muitas vezes, os filmes escolhidos até não têm muitos efeitos, mas servem muito bem a história que está a ser contada. São menos impressionantes do ponto de vista do trabalho, mas mais impressionantes no quão o trabalho beneficia a história que está a ser contada”, disse.

Gonçalo Cabaça fala de um meio competitivo, mas numa escala menos agressiva se comparada com a área da representação ou da realização, e deixa dois conselhos: “Sinalizar uma licenciatura, procurar qual a melhor universidade do mundo da área que a pessoa mais quer. Não criar um plano a longo prazo”.

“É estar disponível para as oportunidades e depois é ter sorte”, resumiu.

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