Grupo Crédito Agrícola duplica lucros. Caixa de Coimbra continua intervencionada

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 27-03-2018

“Foi o melhor ano de sempre, em termos de resultados, de crescimento”, afirmou hoje o presidente do Crédito Agrícola, Licínio Pina, em conferência de imprensa, na sede do grupo, em Lisboa.

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Apenas no negócio bancário, diz o Crédito Agrícola, os lucros foram de 147,6 milhões de euros, o dobro dos 72,1 milhões de euros do ano anterior.

A margem financeira neste negócio subiu 5% para 289,7 milhões de euros.

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Já o produto bancário subiu 12,2% para 532,7 milhões de euros, beneficiando sobretudo do crescimento das comissões líquidas, de 7,2% para 148 milhões de euros, e dos resultados de operações financeiras, de 70,8% para 83 milhões de euros.

Ainda em 2017, houve um aumento ligeiro (1%) dos custos de estrutura para 316 milhões de euros, com os custos com pessoal a subirem 0,8% para 177 milhões de euros.

No balanço, o crédito (bruto) aumentou 8,3% para 9.435 milhões de euros, com o grupo a destacar o aumento de crédito à habitação e crédito ao consumo. Também os empréstimos a empresas e administração pública subiram, neste caso 11,3% para 5.393 milhões de euros.

Já o rácio de crédito em risco era de 8,5% no final de 2017, abaixo dos 9,4% de 2016.

Em termos de recursos de clientes totais (em que se incluem os depósitos), estes subiram 5,8% para 14.899 milhões de euros.

O Crédito Agrícola tem um rácio de transformação de depósitos em crédito de 69,5%.

“É o valor mais baixo do mercado. Apesar de crescermos em crédito não conseguimos transformar em liquidez tudo o que os portugueses nos confiam”, disse Licínio Pina, acrescentando que em localidades onde outros bancos saíram o Crédito Agrícola viu “oportunidades para crescer”.

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O grupo Crédito Agrícola é composto por 80 caixas de Crédito Agrícola Mútuo, a Caixa Central e as empresas que detém, como seguradoras.

Nos próximos dois anos, o grupo prevê fundir 20 caixas, passando das atuais 80 para 60, justificando com a pouca rentabilidade e eficiência de algumas e ainda com a necessidade de cumprir exigências regulamentares que só são possíveis com caixas de maior escala.

O grupo não indica as caixas a fundir, mas Licínio Pina referiu hoje que são no “norte do Alentejo, Aveiro e próximo de Lisboa”.

A única caixa que hoje se soube que se vai fundir é a de Coruche, uma das quatro caixas que o grupo tem atualmente em intervenção. Além de Coruche, estão em intervenção as caixas de Entre Tejo e Sado, Algarve e Coimbra.

As intervenções da Caixa Central nas suas Caixas de Crédito Agrícola Mútuo são, geralmente, motivadas por problemas económico-financeiros ou problemas nos órgãos de gestão.

Quanto aos balcões, mesmo com a fusão das Caixas de Crédito Agrícola, o grupo diz que tal não implicará necessariamente encerramentos. O grupo tem, atualmente, 669 balcões em Portugal, a maior rede de um grupo bancário em Portugal, disse Licínio Pina.

Já nos seguros, o Crédito Agrícola teve, o ano passado, lucros de 6,7 milhões de euros na CA Vida (seguros do ramo vida), dois milhões de euros na CA Seguros (seguros do ramo não vida) e mais dois milhões de euros na gestora de ativos CA Gest.

Os seguros tiveram lucros em 2017 apesar dos incêndios de junho e outubro que implicaram elevados pagamentos de indemnizações, que ascenderam a 10 milhões de euros. Contudo, devido a contratos de resseguro esse custo foi reduzido para seis milhões de euros.

Por fim, quanto a indicadores de solvabilidade, o rácio CET1 era de 15,5% em final de 2017 com as regras do período de transição e de 15% com as regras completamente executadas.

O Crédito Agrícola tem operação apenas em Portugal, contando ainda com escritórios de representação em França (Paris), Suíça (Genebra) e Luxemburgo.

Licínio Pina disse hoje que o banco quer apostar na relação digital com os clientes, pelo que em termos de balcões ponderam abrir apenas “mais um ou dois” em Lisboa ou Porto.

O responsável disse ainda que espera pela alteração ao regime jurídico do crédito agrícola mútuo, considerando que é necessário para “adaptar grupo à nova realidade” e que “não faz sentido ter caixas fora deste sistema”.

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