Coimbra

Governo preferiu “alerta Glassdrive” quando podia adotar Woodpecker gratuito que funciona em tempo real

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 02-08-2018

O dia em que Portugal volta a arder fica marcado pelo registo de duas ocorrências que colocam em causa o sistema de alertas adotado pela Protecção Civil.

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Depois do Jornal de Notícias  ter escrito que o sistema de alerta por mensagens que tem o objetivo de informar as pessoas dos avisos da Proteção Civil não serve para situações de emergência e demoram cerca de 12 horas a chegar aos destinatários, o Governo limitou-se a responder que a maioria é entregue nas duas primeiras horas.

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Entretanto, depois da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) ter acionou hoje, 2 de agosto, o sistema de aviso preventivo por SMS com o objetivo de informar os cidadãos para a situação de risco elevado de incêndios rurais, foi  detetado um lapso no número telefónico constante do SMS, destinado a esclarecimentos complementares, indo as chamadas parar ao call center de uma empresa especializada em vidros na reparação de vidros de viaturas chamada Glassdrive.

Quando se começa a perceber que o solução comprada pelo Estado deixa muito a desejar em termos de eficácia, Notícias de Coimbra quis saber se o Governo tinha aceitado a oferta do sistema Woodpecker, desenvolvido pela Wit Software, que, recordamos, emite alertas de emergência para telefones ou sinos de igrejas.

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A pedido de NDC, a tecnológica de Coimbra reponde que a ANPC e o MAI não aceitaram o sistema desenvolvido pela WIT, em regime pro-bono, pois já tinham sub-contratado uma outra empresa para desenvolver um sistema de aviso às populações.

O sistema que a Wit Software desejava oferecer trabalha em tempo real e permite o envio de mensagens escritas e faladas, bem como a activação dos sinos, ao invés do que foi adquirido pelo Governo, que necessita de programação prévia e só produz SMS.

A conimbricense Wit Software apresentou o Woodpecker no dia 16 de maio na Universidade de Coimbra.

O sistema foi desenvolvido por uma equipa de 10 engenheiros da empresa, especialista em soluções de ‘software’ para operadores de telecomunicações móveis a nível mundial.

“Antes de avançar para a arquitetura do dispositivo, a equipa realizou um estudo sobre os vários sistemas análogos existentes um pouco por todo o mundo, desde a Austrália, Canadá, Coreia do Sul, Chile, Filipinas, Israel, Japão e Singapura até à Alemanha, Bélgica, Finlândia, França, Noruega, Polónia, Reino Unido e Rússia, entre outros”.

Ao todo, foram analisados sistemas de aviso de emergência de 30 países. A equipa explorou os pontos fortes e as fragilidades de cada sistema e avançou depois para o desenvolvimento do sistema Woodpecker.

“Em caso de incêndio, o sistema permite a visualização em mapa da evolução da situação e gera alertas atempados para serem enviados às populações pelos responsáveis da proteção civil. Os avisos são enviados para os telemóveis, utilizando SMS geolocalizados, para telefones fixos e para dispositivos eletrónicos que serão acoplados aos sinos e altifalantes das igrejas”, explicou nesse dia o presidente da WIT Software, Luís Moura e Silva.

O sistema foi desenvolvido em regime pro-bono, no âmbito da política de responsabilidade social da empresa, e pode ser aplicado em várias outras situações de emergência além de incêndios, como cheias, inundações e terramotos.  associações de vítimas dos incêndios.

Recordamos que o Primeiro-ministro disse no Parlamento que um sistema de alertas via SMS arrancaria no dia 1 de junho, mas, tendo sido ativado pela primeira vez neste dia 2 de agosto.

Depois desta declaração de António Costa, o jornal Expresso avisava que o “SMS dos fogos” estava longe de estar concluído. Acrescentava que o mesmo não funcionaria em casos de emergência, pois não será possível enviar SMS com menos de 24 horas de antecedência.

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