Coimbra

Fundação de Miranda do Corvo quer igualdade de tratamento para abrir Hospital Compaixão

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 23-11-2020

Fundação ADFP, de Miranda do Corvo, proprietária do Hospital Compaixão, disse hoje que só abrirá a unidade hospitalar, concluída e equipada há mais de um ano, quando tiver tratamento igual a outros hospitais concelhios.

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Em comunicado enviado à agência Lusa, esta instituição do distrito de Coimbra acusa a Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) de “puro sectarismo” ao recusar contratar camas para internamentos em cuidados continuados.

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“O Hospital Compaixão disponibilizou 40 camas para Cuidados Continuados de Convalescença e Paliativos. Não há em todo o Pinhal Interior, entre Coimbra e Castelo Branco, nenhuma cama destas tipologias de Cuidados Continuados”, denuncia a nota, salientando que, perante a inexistência destas camas, “ninguém pode dizer que há resposta suficiente por parte do Serviço Nacional der Saúde (SNS)”.

A instituição liderada pelo médico Jaime Ramos, antigo deputado e governador civil de Coimbra, acusa a ARSC de “favorecer contratos de Cuidados Continuados em unidades nascidas de negócios lucrativos da banca em prejuízo das IPSS, instituições sem fins lucrativos”.

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Segundo o comunicado, a “ARSC/Ministério da Saúde tem acordos de cooperação com os hospitais de Anadia, Mealhada e Oliveira do Hospital para a realização de cirurgias e consultas médicas, combatendo listas de espera”. A organização lembra que o primeiro-ministro, António Costa, assinou recentemente “acordos de Cooperação com 10 Misericórdias do norte do País no valor de 33,5 milhões de euros”.

“Em Miranda do Corvo, Pinhal Interior, a ARSC e o Governo recusam assinar acordo de cooperação com o Hospital Compaixão por evidente perseguição à Fundação ADFP, prejudicando as pessoas que poderiam ter melhores cuidados de saúde, com maior proximidade”, lê-se no documento.

A Fundação ADFP garante que assim que a “ARSC assine acordo de cooperação idêntico aos assinados com as outras IPSS” coloca em funcionamento o Hospital Compaixão, “realizando cirurgias e consultas médicas e reduzindo as listas de espera”.

Salientando que as Fundações de Oliveira do Hospital e de Ansião “têm acordo de cooperação para realizar “urgências”/consultas de atendimento permanente, a instituição refere que se a “ARSC assinar com a Fundação ADFP acordo igual, o Hospital Compaixão começará a atender igualmente as pessoas de Miranda do Corvo e concelhos vizinhos, especialmente nos horários em que os Centros de Saúde estão fechados”.

A Administração Regional de Saúde do Centro (ARSC) revelou, na sexta-feira, que o Hospital Compaixão poderá beneficiar de acordos com a tutela a partir do momento em que comece a funcionar.

“A partir do momento em que o hospital comece a funcionar poderá beneficiar do acordo no âmbito do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) para a realização de cirurgias, e de outras convenções em vigor”, refere a ARSC, numa resposta escrita a questões colocadas pela agência Lusa.

De acordo com aquele organismo, foram contactadas recentemente 17 entidades, “entre hospitais do setor privado e da área social, no sentido de saber da sua disponibilidade de cooperação no âmbito da covid-19”, sendo que a Fundação ADFP é uma das duas entidades que “não responderam”.

A ARSC “já reuniu com o presidente da Fundação ADFP nesse sentido [assinatura de acordos], mas, sublinha-se, para o efeito, é necessário que o hospital esteja a funcionar e que apresente propostas no âmbito do quadro legal em vigor”.

A unidade hospitalar tem uma área de construção de 4.225 metros quadrados, distribuída por três pisos e com capacidade para 55 camas, englobando um bloco operatório com duas salas de operações independentes.

Projetada para servir a zona do Pinhal Interior, está dotada de uma área de urgência, setor de consultas de ambulatório com especialidades médicas e de internamento, além dos serviços de imagiologia médica (TAC, RX e Ecografia) e de análises clínicas.

O Hospital Compaixão representou um investimento de cerca de 10 milhões de euros, suportados praticamente por aquela instituição sem fins lucrativos, que contou apenas com um apoio de 800 mil euros do município de Miranda do Corvo (ainda não totalmente liquidado).

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