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Freguesia em Oliveira do Hospital perdeu 80 empregos em duas serrações

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 24-10-2017

Pelo menos 80 pessoas perderam o emprego na área da União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, em Oliveira do Hospital, onde arderam duas serrações no dia 15, disse hoje o presidente da Junta.

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Em declarações à agência Lusa, Carlos Maia lamentou a destruição pelo último incêndio de duas empresas de transformação de madeira, em Ervedal da Beira e Vila Franca, em que trabalhavam cerca de 50 e 30 operários, respetivamente.

No mesmo território, arderam seis casas de primeira habitação e cerca de 12 pessoas ficaram desalojadas, tendo sido albergadas em residências arrendadas pela Junta de Freguesia em articulação com a Câmara de Oliveira do Hospital, no distrito de Coimbra.

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“De segunda habitação, não temos grandes casos”, segundo Carlos Maia, que admitiu terem sido destruídas “duas ou três casas” usadas pelos donos como segunda residência, nas férias ou aos fins de semana.

Houve algumas famílias estrangeiras, “que residiam em quintas”, cujas casas arderam completamente, mas que em geral foram acolhidas “por amigos em terras próximas”, informou o autarca.

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“As pessoas estão agora na expectativa de verem se as casas são recuperadas. Nem todas tinham seguro”, sublinhou.

No conjunto das povoações da União de Freguesias, “felizmente, não houve mortos”, mas foram registados três feridos graves que continuam internados com queimaduras.

É o caso de uma funcionária da Junta e de um sobrinho, apanhados pelo fogo quando fugiam num automóvel, que estão hospitalizados no Hospital de São José, em Lisboa, além de outra vítima que se encontra nos Hospitais da Universidade de Coimbra.

Outras pessoas que “ficaram mais afetadas estão a ser acompanhadas” por psicólogos, técnicos de serviço social e outros profissionais, indicou Carlos Maia.

Na segunda-feira, o presidente da Junta concluiu um périplo pelos lugares das duas antigas freguesias, com uma área de 23 quilómetros quadrados, entre os rios Seia e Mondego, e verificou que a floresta “foi queimada a 100 por cento”.

Das ovelhas de raças regionais, cujo leite determina a qualidade do queijo certificado Serra da Estrela, “praticamente não escapou nenhuma” no incêndio do dia 15.

Morreram entre 250 e 300 ovelhas e cabras na área da União de Freguesias de Ervedal e Vila Franca da Beira, que foram enterradas nos dias seguintes na presença de veterinários da Associação Nacional de Criadores de Ovinos da Serra da Estrela (ANCOSE).

O abastecimento de água “foi rapidamente restabelecido”, enquanto o fornecimento de energia elétrica foi normalizado no último fim de semana.

A pior situação é ao nível das telecomunicações, designadamente telefone fixo e internet, tanto nas residências, como nas empresas e instituições diversas.

“Não temos ainda nada disto reposto e não vemos sequer as equipas na rua. Já reclamei duas vezes na Câmara Municipal”, para que a autarquia, liderada por José Carlos Alexandrino, pressione a Portugal Telecom a fazer as reparações, referiu ainda Carlos Maia.

As centenas de incêndios que deflagraram no dia 15 de outubro, o pior dia de fogos do ano segundo as autoridades, provocaram 45 mortos e cerca de 70 feridos, perto de uma dezena dos quais graves.

Os fogos obrigaram a evacuar localidades, a realojar as populações e a cortar o trânsito em dezenas de estradas, sobretudo nas regiões Norte e Centro.

Esta é a segunda situação mais grave de incêndios com mortos em Portugal, depois de Pedrógão Grande, em junho deste ano, em que um fogo alastrou a outros municípios e provocou, segundo a contabilização oficial, 64 vítimas mortais e mais de 250 feridos. Registou-se ainda a morte de uma mulher que foi atropelada quando fugia deste fogo.

 

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