CHUC

Fernando Regateiro defende que se deve “chamar o cidadão a gerir bem a sua saúde”

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 07-06-2018

O presidente do Conselho de Administração do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, Fernando Regateiro, defendeu hoje, em Lisboa, que existem “grandes problemas” na Lei de Bases da Saúde que precisam de ser resolvidos com “grandes soluções”.

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Fernando Regateiro

Para Fernando Regateiro, que falava durante o debate sobre a “A revisão da Lei de Bases de Saúde”, na Convenção Nacional da Saúde, que começou hoje na Culturgest, em Lisboa, entendeu que a lei de bases deve valorizar o acesso à informação e fazer uma clara separação do que é informação, conhecimento e educação.

O líder do CHUC defendeu que se deve “chamar o cidadão a gerir bem a sua saúde”, mas para isso tem de estar bem esclarecido.

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Disse ainda que tem de haver respostas de proximidade para evitar que muitos doentes recorram ao hospital e que alguns tenham de ficar internados após alta por falta de respostas.

É preciso “atuar em rede” e “adotar um perfil de integração de cuidados” e não andar a competir uns com os outros, sublinhou Fernando Regateiro.

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Isabel Saraiva, da Comissão para a Revisão da Lei de Bases da Saúde, defendeu na mesma conferência que a nova legislação deve contemplar o envelhecimento da população, investir na prevenção e “pensar nos cuidadores”.

Citando o índice de envelhecimento, que se situava em 65,7% em 1990, e em 148,7% em 2016, Isabel Saraiva adiantou que estes números revelam “uma sociedade completamente diferente”, mais envelhecida, uma realidade que tem de ser tida em conta na nova lei de bases.

A nova lei de bases também “tem que pensar nos cuidadores” informais e em toda a área da prevenção que “tem sido relativamente esquecida”, defendeu Isabel Saraiva, na conferência

Também vai ter que contemplar recursos humanos e “vai ter que perceber que as mulheres ocupam um espaço que há 40 anos não existia”, disse Isabel Saraiva, também vice-presidente da associação Respira.

Defendeu igualmente um financiamento plurianual para a saúde, que contemple áreas como a formação e a compra de equipamentos, e destacou a importância da investigação, que “é o motor fundamental do desenvolvimento”.

Para Isabel Saraiva, a nova lei também tem que ter em conta as alterações ambientais, bem como a proteção de dados.

“Todos estes novos movimento, eventos, que, ao longo de 40 anos, tomaram forma”, vão ter que ser considerados na nova lei de bases em benefício da população e da prevenção da doença, sublinhou Isabel Saraiva.

Presente na conferência, Clara Carneiro, farmacêutica, defendeu que tem de ser “dado relevo ao acompanhamento da doença crónica, um apoio ao envelhecimento ativo e uma referência à saúde mental”.

Nos últimos quatro anos, o consumo de medicamentos para a saúde mental subiu 112%, elucidou.

Aludindo à nova Lei de Bases, Clara Carneiro disse que a atual lei, que tem quase 30 anos, ainda não está cumprida, porque “o sistema de saúde ainda não tem uma abrangência universal e ainda há desigualdades profundas no acesso à saúde”.

Cerca de 90 instituições da saúde participam na Convenção Nacional, com o objetivo de ajudar a criar um pacto para a saúde, que terá, no centro do debate, mais financiamento para o setor.

A convenção foi criada com o objetivo de ser “o maior debate nacional de sempre sobre o presente e o futuro da saúde em Portugal.

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