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Fármaco desenvolvido para combate ao cancro da mama usa composto encontrado nos brócolos

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 01-06-2020

Um novo fármaco baseado num composto natural encontrado em brócolos, couve de Bruxelas e outros vegetais pode ser eficaz para reverter ou mesmo impedir a resistência à terapia hormonal do cancro da mama, segundo um estudo científico.

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O português Bruno Simões e outros cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, descobriram que o medicamento SFX-01 poderá reverter ou mesmo impedir a resistência ao tratamento por bloquear uma via de sinalização importante do cancro chamada STAT3.

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O fármaco foi desenvolvido com uma empresa britânica que estabilizou o composto sulforafano, que investigadores norte-americanos já tinham demonstrado ter efeitos no tratamento do cancro, e que Bruno Simões e os colegas testaram em ratinhos para garantir que a molécula estabilizada tinha o mesmo impacto.

Posteriormente foi feito um teste clínico com mais de 40 doentes, que concluiu que 25% deles viram o seu cancro parar de progredir durante os seis meses que receberam tratamento.

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“Muitos destes cancros acabam por desenvolver resistências aos tratamentos. O que demonstrámos é que este composto consegue eliminar células resistentes ao tratamento”, disse à Agência Lusa o português, que é investigador num grupo liderado por Rob Clarke.

O cancro da mama é um dos mais frequentes no Reino Unido, afetando cerca de 55.000 mulheres e 370 homens anualmente.

O resultado do estudo foi publicado no sábado na publicação ‘Oncogene’, ligada à revista científica Nature, e representa, segundo o português, um exemplo de investigação translacional, que partiu de uma investigação básica do mecanismo biológico e teve uma aplicação real, estando agora em testes clínicos.

Este fármaco vai continuar a ser desenvolvido com mais testes clínicos para testar a eficácia, mas Bruno Simões, que fez licenciatura na Faculdade de Ciências, em Lisboa, e concluiu o doutoramento em Bilbao, em Espanha, pretende concentrar-se na investigação de mecanismos de prevenção.

“Quando o cancro da mama chega a um estado avançado, por mais drogas que tentemos usar só conseguimos atrasar um pouco a progressão, mas é difícil controlá-lo. Estamos interessados em estudar casos de mulheres de alto risco para identificar drogas que possam prevenir o cancro de ocorrer”, adiantou.

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