Assinaturas NDC

Apoie a nossa missão. Assine o Notícias de Coimbra

Mais tarde

Mundo

Familiares de deslocados de Palma juntam-se para pedir apoio do Governo

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 04-04-2021

Um grupo de familiares de deslocados provenientes de Palma decidiram juntar-se para pedir ajuda ao Governo na localização dos seus parentes, que estão incontactáveis desde o ataque àquela vila no dia 24 de março.

PUBLICIDADE

“A iniciativa surgiu devido ao nosso desespero, estamos há dias sem qualquer informação sobre a situação dos nossos familiares”, disse à Lusa uma das pessoas do grupo, que pediu anonimato.

O grupo, composto por 20 pessoas, tem estado desde quarta-feira às portas do aeroporto e do porto, na esperança de encontrar os seus familiares entre os deslocados que chegam à capital provincial de Cabo Delgado.

PUBLICIDADE

publicidade

“As últimas pessoas que chegaram de Palma no sábado disseram-nos que ainda há muita gente lá, mas parece-nos que o processo de retirada das pessoas está a parar. Hoje estivemos no aeroporto e no porto, mas não chegaram novos deslocados e nada nos foi dito”, acrescentou.

O grupo planeia juntar-se, na segunda-feira, à porta do gabinete do secretário de Estado da província de Cabo Delgado, Armindo Ngunga, para pedir uma audiência junto do representante do poder central.

PUBLICIDADE

“Ele é o nosso pai e, por isso, esperamos que ele nos tranquilize”, disse à Lusa outro integrante do grupo, que também pediu anonimato.

A vila de Palma, a cerca de seis quilómetros do projeto de gás natural da multinacional Total, sofreu um ataque armado a 24 de março, que as autoridades moçambicanas dizem ter resultado na morte de dezenas de pessoas e na fuga de milhares.

De acordo com o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), cerca de 9.900 pessoas, quase metade crianças, fugiram de Palma devido à violência e, desde 24 de março, chegaram aos distritos de Nangade, Mueda, Montepuez e Pemba.

Em Pemba, a última grande embarcação que trouxe deslocados chegou na quinta-feira, com 1.200 que se refugiaram junto ao recinto dos projetos de gás, em Afungi, e que foram transportados para Pemba num navio fretado pela petrolífera Total.

Junto ao complexo de gás, juntam-se milhares de deslocados que não conseguiram transporte para Palma, em fuga dos ataques a Palma.

A violência em distritos mais a norte da província começou há três anos e está a provocar uma crise humanitária com mais de 700 mil deslocados, segundo agências da ONU, e mais de duas mil mortes, segundo uma contabilidade feita pela Lusa.

Vários países têm oferecido apoio militar no terreno a Maputo para combater estes insurgentes, mas, até ao momento, ainda não existiu abertura para isso, embora haja relatos e testemunhos que apontam para a existência de empresas de segurança e de mercenários na zona.

 

Related Images:

PUBLICIDADE

PUBLICIDADE

WP Twitter Auto Publish Powered By : XYZScripts.com