Coimbra

Exposição fotográfica em Conímbriga em homenagem ao arqueólogo Vergílio Correia

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 19-06-2020
Uma exposição fotográfica sobre uma viagem de estudo a Marrocos do arqueólogo Vergílio Correia (1888-1944) abre ao público em Condeixa-a-Nova, no sábado, no âmbito da promoção da candidatura de Conímbriga a Património Mundial.

Intitulada “Vergílio Correia: Viagem de estudo a Marrocos em 1923”, a iniciativa inclui 27 fotografias de um total de 56 que estão na posse da família daquele professor universitário, que coordenou os trabalhos arqueológicos na cidade romana de Conímbriga, de 1929 a 1944, em cujo Museu Nacional a exposição pode ser apreciada.

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“Serve, hoje e bem, este conjunto de fotografias como um relevante auxiliar de memória que faz prova com evidência e contribui para o acréscimo do saber. Serve, ainda, como testemunho direto e tem um precioso valor documental”, afirmam no catálogo os comissários da exposição itinerante, Miguel Pessoa e Lino Rodrigo.

Vergílio Correia, que morreu aos 55 anos num acidente de viação, em 1944, deixou “um manancial de materiais, em grande parte ainda inédito, sobretudo fotográfico”.

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“Estes materiais sobreviveram ao longo dos tempos pela mão cuidadora de Natividade Mendes, familiar próxima de Vergílio Correia, e estão hoje à guarda de instituições públicas, ressalvando-se, assim, felizmente, o património aí plasmado que tem muita informação”, salientam os dois investigadores.

Realçam que Vergílio Correia “parte com autorização oficial” para Marrocos e “despido de qualquer pretensão hegemónica na conturbada área do Norte de África (…), tão presente, ainda, nos anos vinte do século passado, onde se continuava a assistir à corrida à África colonial, na tentativa do fortalecimento dos estados europeus”, como Espanha e França.

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Com esta viagem, pretendia “obter um conhecimento geral da arte magrebina no que respeita à arquitetura e decoração das mesquitas, fontes públicas, fortificações, ‘fondouks’ ou armazéns e outros patrimónios construídos”.

Outro dos objetivos do também historiador de arte consistia em “relevar a visita às cidades litorais da costa sul de Marrocos”, como Azemor, Mazagão e Safim, que chegaram a ser ocupadas por Portugal a partir do século XV.

“Estas cidades eram ricas e comerciais e aí estabeleceram os portugueses as feitorias que foram um primeiro passo para a dominação”, referem, citando o próprio Vergílio Correia, que em 1923 visitou igualmente Casablanca, Rabat, Salé, Meknes, Fez e Marraquexe.

No catálogo da exposição, as entidades organizadoras apresentam o homenageado como “figura inspiradora do recentemente criado Centro de Estudos com o seu nome e do Movimento para a Promoção da Candidatura de Conímbriga a Património Mundial da UNESCO”.

Virgílio Correia era também “um homem de causas, educado nos princípios republicanos e defensor das liberdades”, acentuam.

Na abertura da exposição, às 17:00, no auditório do Museu de Conímbriga, intervêm José Ruivo (diretor da instituição anfitriã), Raquel Vilaça (docente da Universidade de Coimbra, que apresenta o catálogo), José Esteves Pereira (vice-presidente do Instituto Luso-Árabe para a Cooperação) e Nuno Moita da Costa (presidente da Câmara de Condeixa-a-Nova).

Para as 18:00, está previsto o descerramento de uma placa de homenagem a Vergílio Correia, com a presença de familiares, a que se segue uma visita à exposição orientada por Miguel Pessoa e Lino Rodrigo.

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