Coimbra

Europa é uma canção | IPN e CHUC desenvolvem plataforma para reabilitação à distância (com video)

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 04-09-2021

As videoconsultas, as pequenas lojas que se redirecionaram para o e-comerce, os serviços públicos que reforçaram a resposta online são alguns exemplos da globalização dos meios digitais, na qual a Região de Coimbra não foi exceção. Coimbra, como cidade universitária onde se desenvolvem tecnologias de ponta, deu um contributo forte na digitalização da comunidade regional através de projetos âncora, sustentados pelos fundos da Comissão Europeia para a digitalização.

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A era digital ganhou um impulso inigualável no último ano com a Internet a ligar não só quem está do outro lado do mundo, mas mesmo as pessoas com as quais falamos todos os dias como os colegas de trabalho e até a família. Este artigo integra um conjunto de trabalhos sobre a presença da União Europeia em Coimbra e na região. Com uma entrevista em video ao diretor do Laboratório de Automação e Sistemas do Instituto Pedro Nunes, António Cunha, damos a conhecer o projeto que está a ser desenvolvido em Coimbra para a reabilitação à distância. Pode ainda conhecer o novo programa de financiamento da União Europeia para a área da investigação que sucede ao Horizonte 2020 e que agora se denomina Horizonte Europa. Vamos ainda desmitificar a ideia de que o a nova tecnologia de comunicações 5G está relacionada com problemas de saúde, como a covid-19.

O Instituto Pedro Nunes é parceiro de um projeto denominado ROSIA, que pretende levar às zonas remotas a reabilitação em saúde através das tecnologias emergentes, como a IoT, em parceria com o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), a Câmara Municipal de Soure e a Câmara Municipal de Penela, em cooperação com os parceiros internacionais.

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As pessoas que vivem em locais distantes dos hospitais poderão num futuro próximo ter acesso a tratamentos de reabilitação com monitorização online, em tempo real para alguns casos, o que permitirá ajustes no tratamento e avaliação médica da evolução do doente, sem necessidade de visitas frequentes ao hospital.

O projeto ROSIA pretende criar soluções para tele-reabilitação para as doenças como “lesão crónica da medula espinal, lesão cerebral adquirida, pneumologia, artroplastia, doença cardiovascular, fratura da anca e recuperação da covid-19”.
Com quatro áreas de trabalho fundamentais, o projeto visa a criação de um “modelo integrado de cuidados de saúde para dar continuidade aos cuidados dos pacientes, dispositivos e serviços de alta tecnologia de reabilitação, melhoria da experiência dos pacientes e modelo de negócios sustentável”.

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A plataforma para reabilitação de doentes à distância, que pretende levar às zonas remotas a reabilitação em saúde através das tecnologias emergentes, como a IoT (Internet of the Tings), está a ser desenvolvida por um consórcio europeu entre Espanha, Portugal e Irlanda, do qual fazem parte o Instituto Pedro Nunes (IPN) e o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. Será implementada no terreno em Penela e Soure e integra-se nos projetos de inovação e digitalização financiados pelo Horizonte 2020, da União Europeia.

O diretor executivo do Laboratório de Automação e Sistemas do IPN, António Cunha, revela ao Notícias de Coimbra que o projeto ROSIA, para além de permitir tele-reabilitação, para doentes crónicos, pós AVC ou mesmo recuperação da covid-19, tem uma outra “componente inovadora”. Explica que “são os hospitais a detetar os problemas específicos de cada tratamento para só depois a tecnologia os resolver”.

Os hospitais, através dos técnicos de saúde e dos médicos, identificam as reais necessidades dos processos de reabilitação para a transição digital e não ficam à espera que os “fornecedores lhes batam à porta com soluções”, como acontecia até agora. Integra-se assim no programa de Compras Públicas Inovadoras, previsto nos fundos da União Europeia.

O IPN está a ajudar os hospitais a definir de forma mais concreta as necessidades a que a solução tecnológica deve responder e assim ajudar a “comprar melhor”, mas não vai desenvolver a solução tecnológica, que será “aberta ao mercado”.

Outra das características do projeto é a escala alargada em que se está a desenvolver, com a integração de três regiões europeias em Espanha, Portugal e na Irlanda. O orçamento remonta a cinco milhões de euros para cinco anos, financiados pelo fundo Horizonte 2020. Em termos de aplicação prática da plataforma fazem parte do projeto dois municípios de baixa densidade, Penela e Soure, uma vez que – sublinha António Cunha – “hoje as autarquias são uma peça fundamental na equação”, e têm mais competências na área social.

ROSIA surgiu da “com o objetivo futuro de escalar o mercado “e “utiliza uma abordagem de Parceria para a Inovação (Compra Pública para a aquisição de produtos ou serviços inovadores, equivalente ao Pré-Commercial Procurement regulamentado pela União Europeia). As entidades públicas que “investem no desenvolvimento da solução pela indústria e na validação são a Aragón (Salud), em Espanha, o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, em Portugal, e o Hospital Nacional de Reabilitação, na Irlanda”.

O projeto, financiado pelo Horizonte 2020, é coordenado pela IACS e apoiado por outras oito entidades com perfis complementares, nomeadamente, a VALDE (Espanha), Instituto Pedro Nunes (Portugal), The International Foundation for Integrated Care (The Netherlands), The Decision Group (The Netherlands), Instituto para la Experiencia del Paciente (Espanha), PPCN.xyz Aps (Dinamarca) e os Municípios de Penela e Soure (Portugal).

As três organizações da administração pública que investem no desenvolvimento da solução pela indústria e na validação são: Aragón (Salud) em Espanha, Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra em Portugal, e o Hospital Nacional de Reabilitação na Irlanda. O ROSIA está em fase inicial de desenvolvimento, revela o responsáveis do IPN.

 

O reforço da investigação e inovação no programa Horizonte Europeu

A Comissão Europeia revelou ao Notícias de Coimbra as novidades do Horizonte Europa, que consiste no programa de investigação e inovação com 95,5 bilhões de euros da UE para 2021-2027, sendo o sucessor do Horizonte 2020. Em junho deste ano, a Comissão anunciou o principal programa de trabalho do Horizonte Europa para o período de 2021-2022, que define os objetivos e objetivos específicos áreas temáticas que receberão um financiamento total de 14,7 mil milhões de euros.

Esses investimentos ajudarão, segundo a Comissão Europeia, a “acelerar as transições verdes e digitais e contribuirão para a recuperação sustentável da pandemia e para a resiliência da UE contra crises futuras. Apoiarão os investigadores europeus através de bolsas, formação e intercâmbios, construirão ecossistemas de inovação europeus mais ligados e eficientes e criarão infraestruturas de investigação de cariz mundial. Além disso, irão encorajar a participação em toda a Europa e em todo o mundo, ao mesmo tempo que reforçam o Espaço Europeu da Investigação. European Research Area”.

 

Mitos na União Europeia relacionados com a Inovação e Digitalização

A tecnologia 5G provocou a pandemia de coronavirus? MITO!

Coronavírus: Mitos 5G

Não existe qualquer ligação entre o coronavírus e a tecnologia 5G. As redes 5G estão em conformidade com normas de segurança extremamente elevadas e implementadas pela União Europeia, informa a CE.

O comentário da Comissão à hipótese de que a tecnologia 5G pode ter causado ou estar de algum modo ligada à pandemia do coronavirus é de que é falsa. O 5G é baseado em frequência de radio e isso não cria vírus. O coronavirus só pode espalhar-se de uma pessoa para outra através de gotículas e não através de redes móveis.

O 5G utiliza ondas de rádio para ligar diferentes dispositivos e não é um vetor para o coronavirus, que só sobrevive em gotículas líquidas. Como provas contra este mito é o facto do coronavirus se ter espalhado pelo mundo, enquanto as redes 5G ainda não foram implantadas em todo o lado. Muitos países que não têm redes 5G tiveram grandes surtos de coronavirus.

A proteção das pessoas é a principal prioridade da EU e os limites de exposição para o público em geral, incluindo o 5G, são 50 vezes inferiores ao que (de acordo com as evidências científicas disponíveis) podem ter um impacto na saúde das pessoas. Todas as instalações 5G têm de cumprir estes padrões incrivelmente elevados antes de serem autorizadas a operar.

Este artigo integra um conjunto de quatro trabalhos, que incluem entrevistas em video em Coimbra, produzidos pelo Notícias de Coimbra sobre a presença da União Europeia no dia a dia de Coimbra e da Região, intitulado “A Europa é uma Canção. Coimbra é a cidade” e contou com  uma parceria com a Comissão Europeia.

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