Saúde

Europa considera aumentar restrições para evitar quarta vaga de infeções

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 29-03-2021

O receio que uma quarta vaga de covid-19 provoque um aumento descontrolado de infeções, especialmente durante as férias da Páscoa, levou vários países europeus a considerar medidas mais restritivas para evitar também a saturação nas Unidades de Cuidados Intensivos.

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 Itália confinada na semana Santa

Itália contabilizou 417 mortes devido à covid-19 nas últimas 24 horas e a pressão hospitalar aumentou, enquanto 12.916 novas infeções foram registadas, menos em comparação com os últimos dias devido a menos testes realizados, segundo o Ministério da Saúde.

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O número de óbitos em Itália desde o início da emergência sanitária, em fevereiro do ano passado, subiu para 108.350, num total de 3.544.957 infeções.

Quanto as restrições para evitar a propagação do vírus, a partir de hoje 10 regiões italianas estão na zona “vermelha”, aquela com maiores restrições, e assim vão continuar para os três dias festivos da Semana Santa, 03, 04 e 05 de abril, quando todo o país estará em confinamento.

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A indústria hoteleira italiana está indignada devido à confirmação da permissão de realizar viagens ao exterior durante essa semana, enquanto o país está praticamente confinado com as atividades encerradas e a proibição de circulação entre regiões.

“Não posso sair da minha cidade, mas posso voar para as ilhas Canárias. É um absurdo que 85% dos hotéis italianos se vejam obrigados a permanecerem encerrados”, indicou Bernabò Bocca, presidente da Federalberghi, a associação que reúne os hoteleiros do país, numa entrevista hoje ao jornal Corriere della Sera.

 

França: Setor da Saúde pede um “verdadeiro confinamento”

A saturação nas Unidades de Cuidados Intensivos em França tem levado o setor da saúde a levantar a voz para exigir ao Presidente da República, Emmanuel Macron, um “verdadeiro confinamento” que permita reduzir a pressão a que estão submetidos.

Enquanto aguardam que a estratégia de vacinação se traduza numa desaceleração da epidemia, a sua constatação é clara: sem medidas mais restritivas, só terão a opção de transferir pacientes para regiões menos afetadas, abrir novas camas de reanimação ou selecionar os doentes que podem cuidar.

A taxa de incidência em sete dias chegou aos 362 casos por cada 100.000 habitantes, muito acima do nível de alerta de 50.

 

Alemanha: Merkel defende restringir circulação interna

A Alemanha vai exigir, a partir da meia-noite, um teste negativo à covid-19 para quem entre no país através da via aérea, enquanto a chanceler, Angela Merkel, defende a restrição de movimentos internos e estuda como os ministros-presidentes das regiões implementam consistentemente as medidas acordadas.

A obrigatoriedade do teste foi introduzida como resposta às muitas reservas em Maiorca, Espanha, quando as ilhas Baleares deixaram de ser consideradas como zona de risco e tem como objetivo garantir que os viajantes regressem saudáveis ao país, segundo o comissário para o Turismo do governo alemão, Thomas Bareiss.

O aumento da procura de viagens para Maiorca obrigou o Executivo a apelar à população a prescindir de viagens desnecessárias e a companhias aéreas e operadores turísticos a não oferecer voos adicionais, mas teve pouco sucesso.

A chanceler disse que uma medida estrita de limitação de movimentos da população – que até ao momento ainda não foi imposta na Alemanha – poderia ser eficaz.

Em conferência de imprensa, o porta-voz do governo, Steffen Seibert, destacou hoje que as medidas acordadas entre o governo federal e os responsáveis regionais oferecem “instrumentos eficazes” para o combate à pandemia.

Entre estas novas ferramentas, destacou o “travão de emergência” a ser aplicado a nível regional quando a incidência semanal ultrapassar os 100 novos casos por cada 100.000 habitantes: recolher obrigatório, redução de contactos e teletrabalho, que está a ser utilizado menos do que o desejado.

A incidência cumulativa na Alemanha continua a aumentar e é agora de 134,3 novos casos por 100.000 habitantes, com cerca de 211.500 casos ativos.

Espanha mantém restrições até 30 de abril

A Espanha prolongou até 30 de abril a restrição temporária de viagens não essenciais de países terceiros para a União Europeia e países associados ao espaço europeu Schengen.

O país roça o alto risco de transmissão da doença covid-19 (mais de 150 infeções por 100.000 habitantes nos últimos 14 dias) ao aumentar a incidência média cumulativa para 149,2 casos, segundo dados oficiais publicados hoje.

O Ministério da Saúde contabilizou 15.501 infeções e 189 mortes desde sexta-feira, com o número total de contagiados a atingir os 3.270.825 desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado, e o total de óbitos a subir para 75.199.

Foram administradas 536 milhões de doses de vacinas em todo o mundo

As redes de saúde de todo o mundo já administraram 536 milhões de doses de vacinas contra a covid-19, mas a distribuição continua bastante desigual, com três em cada quatro doses concentradas nos 10 países mais ricos, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O diretor-geral da entidade, Tedros Adhanom Ghebreyesus, recordou que a embora a vacinação já tenha começado em 177 nações, ainda não arrancou em 36 países, e que o fato de 76% das doses inoculadas se concentrar em 10 países é prejudicial para toda a comunidade internacional.

+++ Origem da covid-19 +++

O tão esperado relatório da missão que investigou a origem da covid-19 na China, cujo resultado foi divulgado hoje por vários meios de comunicação, vai ser publicado formalmente na terça-feira, embora se antecipe que “todas as hipóteses continuam em cima da mesa”, anunciou o diretor-geral da OMS.

Segundo as agências AFP e AP, que hoje tiveram acesso a uma minuta do relatório, este defende que a teoria mais provável da origem da pandemia seja a transmissão do coronavírus de morcegos para humanos através de outro animal, enquanto a hipótese de ter sido criado num laboratório chinês é “extremamente improvável”.

Estas conclusões são semelhantes aquelas que o chefe da missão, Peter Ben Embarek, tinha avançado na conferência de imprensa de 09 de fevereiro em Wuhan, no final da visita de especialistas, que contou com a colaboração dos homólogos chineses.

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