Coimbra

Estudo conduzido por investigador de Coimbra avalia a melhor forma de tratar um dos subtipos da Degenerescência Macular da Idade. É a primeira causa de cegueira após os 55 anos

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 05-09-2019

Uma equipa de investigadores internacionais, liderada por um investigador de Coimbra, conduziu o primeiro estudo realizado em caucasianos sobre a eficácia de um tratamento para a Vasculopatia Polipoide Coroideia (VPC), uma das formas de apresentação da Degenerescência Macular da Idade (DMI) em todo o mundo, e que é a primeira causa de cegueira após os 55 anos de idade.

PUBLICIDADE

Os resultados do estudo, designado ATLANTIC, que contou com a participação de 18 centros em Portugal e Espanha, representam um contributo muito importante para o conhecimento desta doença e para a forma de a tratar. Estes resultados vão ser apresentados em Paris, durante o congresso mais importante na área da retina, que decorre de 5 a 8 de setembro e que junta cerca de 5000 especialistas.

PUBLICIDADE

publicidade

O estudo ATLANTIC tem como investigador coordenador Rufino Silva, professor na Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra e Oftalmologista no Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, e foi promovido pela AIBILI – EVICR (Associação para a Investigação Biomédica e Inovação em Luz e Imagem – European Vision Institute Clinical Research Network). Trata-se do primeiro ensaio clínico, multicêntrico, randomizado, realizado em caucasianos, a estudar a segurança e a eficácia da substância Aflibercept no tratamento da VPC.

Este estudo comparou a monoterapia com Aflibercept com o tratamento combinado de Aflibercept associado à terapia fotodinâmica com Verteporfina. As conclusões do estudo demonstram a eficácia da monoterapia. Até agora, apenas existiam dados consistentes sobre a eficácia desta substância nas populações asiáticas, onde a doença assume maior expressão.

PUBLICIDADE

A incidência nas populações caucasianas está subdiagnosticada e não havia evidência de grande nível científico sobre a seleção da melhor abordagem terapêutica. A PCV é responsável por cerca de 10 a 15 por cento dos casos de DMI.

Esta doença da retina é a primeira causa de cegueira após os 55 anos de idade e tem um enorme impacto económico nos sistemas de saúde, além do impacto social na vida de doentes e familiares. A DMI pode surgir de duas formas. A forma mais precoce, muito mais frequente, assume menor gravidade; já a forma tardia é a principal causa de deficiência visual irreversível e cegueira nos idosos nos países desenvolvidos.

Com o gradual envelhecimento da população, estimativas recentes apontam para um número projetado de pessoas com DMI de 196 milhões em 2020 e de 288 milhões em 2040. Em Portugal há cerca de 360.000 pessoas com a forma precoce da doença e cerca de 36.000 com as formas tardias e causadoras de perda grave de visão e cegueira.

A DMI é uma doença progressiva, em que se verifica deterioração dos tecidos da área central da retina.

Ao agravarem-se os sintomas, atividades diárias como ler, conduzir, cozinhar e identificar faces sofrem alterações, tornando-se impossíveis de executar. “É importante que qualquer pessoa com mais de 50 anos de idade, ao notar uma distorção das imagens, procure imediatamente acompanhamento por um médico oftalmologista, mesmo que não tenha a visão central diminuída. Este acompanhamento é fundamental se tiver antecedentes familiares de DMI.

É essencial que se inicie o tratamento o mais precocemente possível e antes que haja perda significativa de visão”, aconselha o professor Rufino Silva.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE