Estudantes com mais olhos que barriga para a cerveja?!

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 18-04-2018

Notícias de Coimbra volta a ter acesso a documentos que as direcções gerais da Associação Académica de Coimbra (AAC) teimam em esconder.

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Alexandre Amado, Presidente da Direção Geral da AAC

Depois de ter revelado o valor do acordo entre a AAC e a Queima das Fitas que renderia 220 ooo euros pagos pela UNICER em cada ano da festa estudantil, NDC consultou os contratos e acordos globais celebrados entre a AAC, a UNICER (Super Bock) e a Noite Biba (“grupo NB”).  

Em causa estão contratos que em números redondos poderiam render à 3 milhões de euros (uma média de 600 000 euros por ano) à AAC, que para receber esse montante teria de vender nas festas e nos bares pelo menos um milhão e meio de litros de cerveja.

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A Direcção Geral da AAC, liderada por Alexandre Amado, não quer explicar este negócio que remonta a 2013, mas fontes da academia garantem que a instituição está longe de atingir essa “litragem”.

Quem vive de perto a vida da academia, entende que a pouca dinâmica imprimida pelo NB nos espaços de convívio da academia e a falta de capacidade da Queima e da Latada para conquistarem públicos, poderá fazer com que a AAC não receba uma boa parte do montante acordado, o que poderá implicar penalizações financeiras em caso de incumprimento contratual.

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No documento a que NDC teve acesso, podemos ler que para a AAC assegurar o rendimento minimo anual teria de vender nesse periodo pelo menos 70 000 litros, o que não é certo que tenha acontecido todos os anos.

Sendo assim, a AAC pode acontecer que a AAC receba menos da UNICER do que o que se comprometeu a liquidar à Queima. Será por esse facto que em 2016 e 2017 a AAC não terá transferido o que devia ter enviado para a Queima das Fitas (220 000 eurosx2).

No âmbito deste acordo a UNICER recebe por ano 1000 convites para a Festa das Latas e outros 1000 para a Queima das Fitas e oferecia à AAC 250 barris de cerveja por ano.

O contrato celebrado em junho 2013 (reportando a abril desse ano), numa altura em Ricardo Morgado presidia à AAC e André Gomes liderava a Queima das Fitas, inclua os exclusivos das queimas e latadas entre 2013 e 2018. O contrato dos  bares deverá terminar em 31 de julho de 2018

Para além dos montantes da comercialização da cerveja, Noite Biba comprometeu-se a pagar à AAC uma renda mensal 3 500 euros.

A conservação e limpeza dos bares e dos jardins da AAC, da responsabilidade da NB, apresentam muitos sinais de degradação e abandono.

É neste cenário que chegamos a 2018, a duas semanas do inicio da Queima das Fitas, sem que a AAC tenha acautelado a renovação ou realização de novo contrato para a venda de cervejas, águas, vinho, cidra e refrigerantes.

Notícias de Coimbra sabe que está a decorrer um procedimento concursal informal para encontrar uma empresa que deseje ficar com o exclusivo da venda de cerveja Queima das Fitas de 2018.

Manuel Lourenço, Secretário Geral da Queima das Fitas, confirmou isso mesmo a Notícias de Coimbra que estão a receber propostas para a venda de cerveja na festa dos estudantes.

O Secretário Geral da Queima das Fitas adiantou mesmo que ainda não tinham fechado o negócio para o evento que decorre entre 4 e 11 de maio.

A NDC tem conhecimento que no seio da academia há defenda que neste momento a AAC apenas deveria negociar um acordo para a Queima das Fitas, deixando para os próximos meses a eventual celebração ou renovação de contrato de médio ou longo prazo, pois assim ficaria com mais margem de manobra para negociar com a Super Bock ou Sagres.

Notícias de Coimbra apurou que nesta corrida para a venda de cerveja na Queima das Fitas  já estão, entre outros, as discotecas NB (Noite Biba) e Look, bem como as duas maiores cervejeiras.

O Super Bock Group  (Super Bock) não respondeu aos nossos pedidos de esclarecimento e   fonte oficial da Sociedade Central de Cervejas (Sagres) entendeu responde que “a SCC não comenta negociações comerciais”, mas NDC sabe que directa e indirectamente estão interessadas em “ficar com o ainda grandes negócio”.

Constata-se que o acordo prevê a compra e venda de cerveja nos bares e nos eventos da academia não contempla o abastecimentos dos carros dos desfiles da Latada e da Queima das Fitas, o que permite concluir que a AAC abdicou de um negócio que lhe poderia render bom dinheiro.

Questionado por NDC durante uma conferência de imprensa que serviria para esclarecer o que se passa na Queima das Fitas,  o Presidente da Direcção-Geral da Associação Académica de Coimbra decidiu por não responder, optando pelo já tradicional “isso é assunto interno da AAC” ou “só interessa aos estudantes”. 

O Presidente da AAC disse ainda que os resultados financeiros da Queima das Fitas “ficaram manifestamente aquém do expectável nas duas últimas edições”, mas não quis  explicar porque é que a festa deixou de dar lucro que se veja.

Em 2016, o saldo positivo destinado a distribuir pelas estruturas da academia situa-se nos 90 mil euros e, em 2017 não deve ultrapassar o mesmo valor, indicou Alexandre Amado.

Notícias de Coimbra teve acesso a documentação oficial onde se pode ler que o Conselho Fiscal (CF) da Associação Académica de Coimbra “apurou que os saldos apresentados e distribuídos pela Queima das Fitas, desde o ano de 20o9, não correspondem à realidade dos comprovativos bancários existentes.  

O Conselho Fiscal verifica que se evidencia “um forte agravamento nessas discrepâncias nos anos de 2016 e 2017”.

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