Eventos

Esqueci-me do título

Notícias de Coimbra | 11 anos atrás em 17-10-2013

O coordenador da Comissão Científica da Alzheimer Portugal defendeu hoje a necessidade de as pessoas estarem mais atentas aos sinais da doença não só para que seja diagnosticada a tempo, mas também para que sejam tomadas “as providências necessárias”.

PUBLICIDADE

“É preciso que a doença seja diagnosticada a tempo para que depois se tomem as providências necessárias, não só em relação ao tratamento, mas também para que se tomem outras decisões importantes que têm que ver com o próprio doente e com os cuidadores e a família”, disse o neurologista.

Celso Pontes falava à Lusa a propósito da Conferência Alzheimer Portugal, que se realiza sexta-feira no Centro de Congressos da Ordem dos Médicos, no Porto, para assinalar os 25 anos da associação.

PUBLICIDADE

publicidade

“Quem lida habitualmente com os problemas destes doentes verifica que as famílias e os cuidadores ficam perplexos com a situação de dependência de uma pessoa que até ali tinha capacidades cognitivas e era capaz de resolver os seus assuntos. E essa perplexidade leva a que as pessoas não saibam efetivamente o que fazer”, sustentou.

Assim, o neurologista apela às pessoas “no sentido de estarem atentas, não alarmadas, mas atentas”.

PUBLICIDADE

“Sempre que se aperceberem que um dos seus próximos que até então demonstrava grandes capacidades e que a pouco e pouco começa a ter dificuldades de memória, desinteresse pelas coisas, que anda aparentemente mais deprimido e mais irritável, devem procurar apoio médico. Não devem confiar que estes problemas de declínio cognitivo são apenas relacionados com a idade”, sublinhou.

O especialista referiu que “a idade, só por si, não justifica isso, é de facto um fator de risco, mas não é a idade que determina. O caso deve ser sempre investigado e avaliado para tentar determinar qual a causa. Há várias causas e uma das mais importantes é a doença de Alzheimer”.

Celso Pontes defendeu ainda a necessidade de investir na criação de “respostas locais” para ajudar estes doentes e os seus cuidadores.

Da mesma maneira que “existem infantários para os bebés, também são precisas estruturas para este tipo de pessoas. É uma maneira de as ajudar e uma maneira também de libertar outra população ativa que tem de cuidar deles, no caso, os familiares”, disse o neurologista.

“E embora hoje em dia haja muitíssimas mais respostas, a ideia é que ainda é preciso muito mais, porque era quase necessário que em todas as terras existissem respostas locais para ajudar estas pessoas”, frisou.

A Alzheimer Portugal foi fundada em 1988 com o objetivo de promover a qualidade de vida dos doentes, dos seus familiares e cuidadores, contando atualmente com cerca de dez mil associados. Tem sede em Lisboa e delegações em Matosinhos, Pombal, Funchal e Almeirim e, ainda, um gabinete em Coimbra e em Aveiro.

A Doença de Alzheimer provoca a neurodegeneração e o consequente agravamento, progressivo e irreversível, das funções cerebrais culminando na total perda de autonomia.

Os sintomas iniciais da doença incluem perda de memória, desorientação espacial e temporal, confusão e problemas de raciocínio e pensamento, provocando alterações no comportamento, na personalidade e na capacidade funcional da pessoa, dificultando a realização das suas atividades de vida diária.

Estima-se que, em Portugal, mais de 90 mil pessoas sofrem desta doença que atinge, maioritariamente, pessoas com mais de 65 anos.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE