Economia

Espanha, França e Alemanha mantém-se como principais clientes de Portugal em 2020

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 09-06-2021

Espanha, França e Alemanha mantiveram-se em 2020 principais clientes externos de Portugal, concentrando mais de metade das exportações, e o Reino Unido, no primeiro ano após Brexit, foi o principal destino fora da União Europeia, segundo o INE.

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De acordo com informação incluída nas estatísticas do comércio internacional, hoje divulgadas pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), com base na informação atualizada pelo Eurostat, as exportações de Portugal para os países da zona euro caíram 10,1% em 2020 (após uma subida 4,8% em 2019), tendo-se registado igualmente uma diminuição nas exportações para o conjunto dos restantes países da União Europeia.

O decréscimo das exportações nacionais (de 10,2% para 53.786 milhões de euros) resultou das reduções das exportações intra e extra-UE.

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Espanha, França e Alemanha continuaram a ser os principais clientes externos de Portugal em 2020, tendo, no seu conjunto concentrado mais de metade das exportações totais (50,8%, +1,1 pontos percentuais face a 2019).

O Reino Unido, no primeiro ano após o Brexit, foi o principal destino fora da UE (quarto na globalidade dos países), com um peso de 5,7% (menos 0,4 pontos percentuais em 2019).

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A comparação da evolução das exportações portuguesas de bens para os três principais mercados de destino com a variação das importações totais de bens efetuadas por esses países, revela que, em 2020, as exportações nacionais para Espanha e França indiciam ganhos de quota de mercado, sucedendo o inverso no caso da Alemanha.

As exportações para Espanha diminuíram de forma menos intensa do que as importações totais efetuadas pelo país vizinho (-7,8% face a -14,6%), sinaliza ainda o INE.

As exportações nacionais para França também apresentaram um decréscimo inferior às importações totais daquele país (-6,1% e -12,8%, respetivamente) e na Alemanha, contrariamente aos dois anos anteriores, as exportações de bens (variação de -11,3% face a 2019) apresentaram um pior comportamento que as importações totais efetuadas pela Alemanha (-7,1%).

As exportações intra-UE diminuíram 9,4% face ao ano anterior (correspondente a -3.975 milhões de euros, mais 4,9% em 2019) e as exportações para os países extra-UE registaram uma variação ainda mais negativa de -12,2% (-2.142 milhões de euros e mais 0,4% em 2019).

As exportações para o conjunto dos países pertencentes à zona euro decresceram 10,1% (mais 4,8% em 2019), tendo-se registado igualmente uma diminuição nas exportações para o conjunto dos restantes países da UE (-0,8% e mais 6,5% em 2019).

Em termos de mercados, os países da UE reforçaram, segundo o INE, o seu peso dominante nas transações de Portugal com o exterior, tal como nos dois anos anteriores, concentrando 71,4% das exportações (mais 0,7 pontos percentuais do que em 2019).

Em 2020, a Espanha, o principal mercado das exportações portuguesas, apresentou uma redução de 7,8% (-1.151 milhões de euros), principalmente no vestuário relativamente a 2019, aumentando, porém, o seu peso em 0,7 pontos percentuais para 25,4%.

As exportações para a Alemanha registaram o segundo maior decréscimo em 2020 (-11,3%), maioritariamente veículos e outro material de transporte.

Este mercado permaneceu como terceiro principal cliente dos bens nacionais, com um peso de 11,8% (-0,1 pontos percentuais face ao ano anterior).

Verificaram-se também decréscimos significativos nas exportações para o Reino Unido (-15,6%) e França (-6,1%), principalmente nos veículos e outro material de transporte e também para Angola (-29,7%), sobretudo máquinas e aparelhos.

Em sentido contrário, destacam-se os aumentos das exportações para Gibraltar (+105,7%) nomeadamente de combustíveis minerais e para Japão (+60,6%) e Coreia do Sul (+76,7%), principalmente de veículos e outro material de transporte.

No que diz respeito às importações de bens, em 2020 registaram um decréscimo nominal de 15,1% (depois da subida de 6% em 2019), totalizando 67.909 milhões de euros, o que reflete igualmente o impacto da pandemia covid-19, “mas com maior intensidade que a observada nas exportações”.

A diminuição da globalidade das importações deveu-se quer às importações de países Intra-UE que decresceram 8.280 milhões de euros (-14,0% e 6,5% em 2019), quer às importações de Países Terceiros que diminuíram 3.789 milhões de euros (-18,1%; 4,7% em 2019).

Registou-se um decréscimo de 14,7% nas importações da zona euro (+6,3% no ano anterior), tendo as importações do conjunto dos restantes países Intra-UE registado igualmente uma diminuição (-4,0% e +10,2% em 2019).

O maior contributo para o decréscimo global foi a diminuição de 33,5% das importações de material de transporte, principalmente nas aquisições de Veículos e outro material de transporte (maioritariamente aviões) provenientes de França.

Em 2019, o material de transporte tinha sido a categoria com o maior aumento (21,8%).

As importações de combustíveis e lubrificantes diminuíram 35,9% face a 2019, o que corresponde ao segundo maior decréscimo observado em 2020.

A evolução dos preços deste tipo de bens nos mercados internacionais, assim como o fecho da refinaria de Matosinhos, contribuíram para esta diminuição, sinaliza.

As importações excluindo os combustíveis e lubrificantes diminuíram 12,5% (+6,8% em 2019), um decréscimo menos significativo que na globalidade das importações (-15,1%).

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