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Coimbra

“É de valorizar o esforço de muitas famílias para estarem aqui a um dia de semana”

António Alves | 10 meses atrás em 23-05-2023

A mudança do cortejo, este ano, para uma terça-feira não foi consensual entre os estudantes que participaram no desfile. Se, para alguns, “a tradição” voltou a ser o que era, para outros a alteração traduziu-se na redução, mesmo que pouca, do número de pessoas. Mas há quem valorize “o esforço de muitas famílias para estarem aqui a um dia de semana”.

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Finalista de Ciências Farmacêuticas, Marta Monteiro referiu ao Notícias de Coimbra que a passagem, mesmo que extraordinária, do cortejo para terça-feira traduziu-se “num menor número de pessoas” nas ruas a assistir ao desfile. “É dia de semana e muitas famílias não tiveram hipótese de vir cá para festejar com os seus filhos ou familiares”, referiu.

Também Erica Esteves, do 3.º ano de Química, lamentou que no seu ano de carro apenas tivessem presentes o pai e a mãe, pois “o irmão não conseguiu vir”. “Compreendo, mas gostava de ter o resto da família aqui comigo”, disse.

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Bem diferente é a opinião de João Pedro Marques. O finalista de Medicina afirmou que não notou muito a diminuição de pessoas nas ruas, pois “a confusão continuou a ser muita”. Morador em Coimbra, o estudante e membro da Tuna de Medicina disse que continuou a ver muitas famílias nas ruas, agradecendo o facto de muitas delas terem feito um esforço para estarem em Coimbra junto dos seus familiares.

Cola Oliveira, estudante de Economia, não conseguiu dizer se estava mais ou menos pessoas nesta terça-feira. No interior de um dos veículos que desfilou nas ruas de Coimbra, a “quartanista” afirmou que esta está a ser uma experiência “única”, reconhecendo que até agora estava a ser “o meu melhor cortejo”.

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Sobre o aumento do número de críticas nos carros, João Pedro Marques mostrou-se muito satisfeito por, aos poucos, se estarem a abandonar as mensagens de cariz sexual, imagens fálicas e trocadilhos prosaicos dos últimos anos para se passarem a falar dos “reais problemas do país e do ensino superior”. “Isso é sinal de que ainda há muito para criticar”, frisou.

“Estoui especialmente feliz por as coisas estarem a voltar ao que era antes”, afirmou Marta Monteiro. Já Érica Esteves referiu que é, nestes momentos, que os estudantes devem fazer ouvir a sua voz para que, como ela deixou bem claro, “as coisas mudem para melhor”.

Refira-se que o boneco de António Costa andou na dianteira de muitos carros alegóricos. Desde o primeiro-ministro nos mais variados preparos, fosse a tocar uma flauta para ‘encantar’ o Zé Povinho, a andar com um burro à trela ou de mão dada com o ministro das Infraestruturas, João Galamba, em cima de um túmulo onde estavam ‘enterradas’ Alexandra Reis e Christine Ourmières-Widener, várias foram as opções tomadas pelos estudantes.

Mas também o estado do ensino na Universidade de Coimbra marcou presença. Por exemplo, o carro de Arquitetura queixava-se do facto de “onde o turista não vai, o dinheiro também não cai”. Os vários carros de Medicina fizeram várias alusões ao (mau) serviço prestado pelo Serviço Nacional de Saúde ou, no caso da sua Faculdade, muitos dos docentes preferirem o “privado” em vez de darem as aulas à hora combinada.

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