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Discurso sobre o Filho-da-Puta em Coimbra

Notícias de Coimbra | 2 anos atrás em 30-03-2022

Discurso sobre o Filho-da-Puta, estreou pela primeira vez dia 2 de Julho de 2020 na Sala Estúdio do Teatro da Rainha, em Caldas da Rainha. Partiu em digressão até Lisboa, ao O’Culto da Ajuda e ao Festival de Almada, esteve na Covilhã, no Teatro das Beiras, e estará agora de volta a cena, em Coimbra, no Teatro Estúdio Bonifrates.

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“Pegar no Discurso sobre o filho-da-puta para dele fazer um objecto cénico não é tão improvável como possa parecer, nem tem nada de vanguardismos estéreis. O texto possui qualidades rítmicas, sendo uma contrafacção em tom cómico sério do nosso mundo oficial, institucional, em particular dos universos escolar e eclesial. Sério cómico revela um orador — é um discurso que segue as regras da retórica para ludicamente as implodir — por detrás, um astucioso autor, alguém que entre o rigor gramatical e o desejo de fustigar o preconceito corre atrás do prazer de jogar as palavras sempre a partir do seu sentido dúplice, ambivalente, polissémico, musical, seguindo consonâncias e estruturando o discurso em fragmentariedades associadas por blocos de sentido que vão derivando por associação tanto puramente literal, ortográfica como semântica, brincando à retórica filosófica, cientista, glosando e gozando a figura do tratado de sapiência baseado na velha retórica aristotélica para a estilhaçar também por excesso de fidelidade mimética — o que caindo no ridículo traz o riso”, frisa o Teatro da Rainha.

O Discurso sobre o Filho-da-Puta oferece “do ponto de vista musical uma quase partitura, pelas características com propriedades sonoras da escrita poética de Alberto Pimenta, e contém pois, desde logo, os elementos propícios a uma repartição por várias vozes, de um personagem simultaneamente uno e múltiplo”.

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Por outro lado, é ritual e conforma ironicamente, práticas comuns aos concertos de música erudita, tanto pelo protocolo exacerbado, como pela carga simbólica, mas também pelo rigor e a depuração do gesto, do gesto poético tornado gesto musical, acresccenta.

O “Discurso” acolhe assim um quarteto de actores, como se de um quarteto de músicos se tratasse, quarteto de cordas vocais pois, para dar voz a um discurso coral no qual a palavra se faz música e se organiza em timbres, ritmos, harmonias, melodias; ora em uníssono, ou em homofonia, ou em heterofonia, ou em polifonia, ou em contraponto.

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Esta peça é um grito gramaticalmente impecável, rigoroso, pela liberdade livre e contra o preconceito e o amiguismo hipócrita e nepótico que continua a constituir os modos da nossa sociabilidade sempre muito atravessadas de ambições de poder e poderes. “E até deste discurso o filho-da-puta tirará decerto alguma lição.”, conclui o  Teatro da Rainha

 

Bilhete | 7€

Clube amigo da Cooperativa Bonifrates | 6€

Desconto Estudante e Sénior | 5€

Grupos Escolares | 4€

M/14 

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