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Diferenças e semelhanças do homem de Neandertal com o homem moderno dominam debate em Coimbra

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 22-10-2019

A questão das distinções entre o homem moderno e o homem de Neandertal esteve hoje no centro de um debate, em Coimbra, com a participação do cientista sueco Svante Pääbo e especialistas portugueses.

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No período das respostas, Svante Pääbo rejeitou “uma definição de espécie” nesta matéria.

“Evitamos falar desse tipo de divisão entre espécies. Tenho de ser irónico em relação a essa questão, que se torna ridícula”, afirmou.

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A antropóloga forense Eugénia Cunha realçou que “os Neandertais ‘estão entre nós’”, já que ao longo de milhões de anos “houve vários cruzamentos” entre grupos de hominídeos diferentes.

“Não param de chegar surpresas e esses cruzamentos estão mais do que comprovados. Não temos assim tantas diferenças com os Neandertais”, adiantou a investigadora do Departamento de Ciências da Vida da Universidade de Coimbra (UC).

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A professora catedrática salientou que os homens de Neandertal já “tinham a capacidade de pintar grutas”, por exemplo, entre outras aptidões do homem moderno.

Por isso, alertou, “temos de pensar muito bem” em que medida “somos duas espécies”.

“Será possível que o DNA antigo venha a reescrever a história da evolução humana?”, perguntou, admitindo que tal venha um dia a acontecer.

A cientista da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UC comentou que “toda a gente quer saber hoje que percentagem de Neandertal é que tem”, tendo ainda lembrado que “a evolução do homem moderno não é percetível, mas continua”.

Moderada por David Marçal, bioquímico e divulgador de ciência, a sessão foi realizada, no auditório da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (FDUC), no âmbito do ciclo de debates e conferências “Mês da Ciência e da Educação – A evolução do conhecimento”, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, que termina no dia 16 de novembro.

Interveio também no debate a investigadora Luísa Pereira, especialista em genética populacional humana, da Universidade do Porto.

A iniciativa incluiu a apresentação do livro “Homem de Neandertal: Em busca dos genomas perdidos”, da autoria Svante Pääbo.

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