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Descarrilamento provocado por deslizamento de terras

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 04-03-2018

Um deslizamento de terras devido à chuva dos últimos dias foi a causa do descarrilamento de um comboio intercidades na Linha da Beira Alta, próximo de Mortágua, disse hoje o presidente da Câmara.

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Júlio Norte confirmou à agência Lusa que o acidente não provocou feridos e verificou-se já em território do vizinho concelho de Santa Comba Dão, mas “no limite dos dois concelhos”.

“O acidente não teve a ver com as obras” em curso nalguns troços da Linha da Beira Alta, acrescentou, frisando que, na sequência dos incêndios de 15 outubro de 2017, os taludes da linha e as encostas na zona estão desprovidos de vegetação, o que “tende a provocar deslizamentos” que arrastam terra, pedras e troncos.

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O sábado “foi um dia em que choveu bastante”, realçou o autarca.

Júlio Norte disse que “a situação está perfeitamente controlada” e que os passageiros saíram sem problemas do comboio acidentado, estando a CP a providenciar o transbordo para autocarros.

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O comboio intercidades, que fazia a ligação da Guarda para Lisboa, transportava 71 passageiros e três elementos da tripulação, segundo uma atualização da CP, que inicialmente referira haver 89 pessoas a bordo.

O comboio descarrilou hoje, por volta das 08:40, à entrada do túnel do Coval, próximo de Mortágua, “mas já no município de Santa Comba Dão”, distrito de Viseu, corrigiu Júlio Norte.

No local, encontram-se operacionais dos Bombeiros Voluntários de Mortágua e de Santa Comba Dão e responsáveis da Proteção Civil Municipal dos dois concelhos, entre outras entidades.

O descarrilamento foi da locomotiva e das duas primeiras carruagens. A linha da Beira Alta está cortada e não há previsões de quando voltará a estar operacional.

 O presidente da Câmara de Santa Comba Dão, Leonel Gouveia, disse hoje estar expectante com as obras anunciadas na Linha da Beira Alta.

Leonel Gouveia explicou à Lusa que esta linha é estruturante para o país, na medida “em que liga os portos de Leixões e de Aveiro à Europa, assim como toda a região Centro a Espanha”.

“Está hoje claro que vai haver aqui uma requalificação. O país foi durante muito tempo alvo de um desinvestimento na ferrovia e esta linha já teve um papel relevante, que foi perdendo para a rodovia. Está agora a ser feito um trabalho para inverter essa tendência”, afirmou.

Apesar deste investimento já anunciado, Leonel Gouveia disse que há “uma preocupação natural” com os descarrilamentos na linha.

“Para Santa Comba Dão, e também para os concelhos limítrofes, esta é uma obra que se aguarda com expectativa”, concluiu o autarca.

A modernização total da Linha da Beira Alta, que entrou em funcionamento há 135 anos, deverá arrancar em pleno em 2019, após a conclusão da modernização da Linha da Beira Baixa, e deverá custar perto de 700 milhões de euros.

A empreitada inclui a eliminação de todas as passagens de nível e a construção de uma nova “concordância” (ligação) entre a Linha do Norte e a Linha da Beira Alta, em Pampilhosa, que vai evitar que as composições vindas do Norte e com destino a Vilar Formoso façam um desvio de alguns quilómetros para sul, como agora acontece.

“Vai ser vital para o transporte de mercadorias dos portos de Leixões e Aveiro”, resumiu a 28 de outubro de 2017 o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, acrescentando que um dos objetivos do seu ministério é aumentar a taxa de transporte ferroviário de mercadorias, que agora se cifra em apenas 4% da carga total transportada em Portugal.

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