Saúde

Delegado de Saúde defende que doentes com tuberculose devem ter enfermeiro como gestor de tratamento

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 22-03-2019

O delegado de saúde regional de Lisboa e Vale do Tejo defende que cada doente com tuberculose deve ter o seu gestor de tratamento, um papel a ser desempenhado pelo enfermeiro de família para acompanhar a medicação dos doentes.

PUBLICIDADE

“O doente com tuberculose tem uma terapêutica muito demorada [pode levar nove meses ou um ano]. As pessoas têm tendência para se desleixar, o que é natural. Proponho que a terapêutica seja acompanhada pelo enfermeiro de família”, defendeu Mário Durval.

PUBLICIDADE

publicidade

O delegado de saúde pública deixou esta sugestão durante o período de debate da cerimónia de apresentação dos dados nacionais sobre a tuberculose de 2018, que decorreu em Lisboa, mas a intervenção de Mário Durval foi interrompida pela organização enquanto tentava expor os seus argumentos.

No final da sessão, e já em declarações aos jornalistas, o delegado de saúde explicou que a proposta passa por criar uma espécie de gestor da terapêutica, que “garanta que é de facto tomada pelo doente”.

PUBLICIDADE

“E não se trata apenas de tomar, é acompanhar, aconselhar. É uma necessidade os doentes com terapêuticas prolongadas e desagradáveis”, disse, defendendo que o acompanhamento tanto pode ser no domicílio como no centro de saúde, sendo essa uma decisão que deve caber ao gestor da terapêutica, um enfermeiro de família.

Mário Durval considera uma das áreas em que é necessário melhorar na tuberculose é garantir que a terapêutica é feita de forma adequada.

Há ainda o problema, identificado pelas autoridades de saúde, de atrasos no diagnóstico, com uma mediana de tempo entre os primeiros sintomas e o diagnóstico de 80 dias em 2018.

O delegado de saúde de Lisboa e Vale do Tejo alertou ainda para a quantidade de tempo que os médicos de saúde pública têm de dedicar a juntas médicas, quando podiam estar mais atentos às questões das doenças infetocontagiosas e epidemiológicas.

“Os médicos de saúde pública passam a vida a fazer juntas médicas, nalguns agrupamentos de centros de saúde ocupam mesmo muito tempo”, afirmou, considerando que estes profissionais se estão a “deslocar da essência” do seu trabalho.

Para o responsável, os agrupamentos de centos de saúde “têm uma pressão muito grande das juntas médicas”, sendo assim “natural que se reflita no desempenho noutras áreas”.

“Era melhor dedicarmo-nos a coisas mais importantes para a saúde publica quando é necessário”, defendeu.

Related Images:

PUBLICIDADE

publicidade

PUBLICIDADE