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Declarações do Papa sobre as uniões homossexuais não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 22-10-2020

A Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) considera que as declarações do papa Francisco sobre as uniões homossexuais não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio.

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El papa Francisco toca su crucifijo mientras lo conducen a través de la multitud durante su audiencia general inaugural, en la Plaza de San Pedro, en el Vaticano, el miércoles 27 de marzo de 2013. Francisco pidió el miércoles que se ponga fin a la violencia y los saqueos relacionados con el golpe de estado del fin de semana en la República Centroafricana, en su primera apelación de ese tipo por la paz desde que se convirtió en papa. (AP foto/Andrew Medichini)

“Trata-se de um direito de proteção legal dessas uniões, que não afetam a doutrina da Igreja sobre o matrimónio, reservado na Igreja Católica à união entre um homem e uma mulher”, refere a CEP numa nota enviada à agência Lusa.

Um documentário sobre Francisco, exibido na quarta-feira em Roma, dava conta de declarações do papa defendendo que os casais homossexuais devem ser protegidos pelas leis da união civil.

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“Os homossexuais têm o direito a ter uma família. Eles são filhos de Deus”, disse Francisco numa das suas entrevistas para o filme “Francesco” do realizador Evgeny Afineevsky.

“O que temos de ter é uma lei da união civil. Dessa forma, eles estão legalmente cobertos”, frisou o papa.

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Na mesma nota a CEP adianta que “as afirmações do Papa Francisco sobre a necessidade de os Estados oferecerem proteção legal para uniões entre o mesmo sexo, contidas no documentário “Francisco”, são extratos de entrevistas já divulgadas e recolhidas pelo realizador Evgeny Afineevsky, que revelam a atenção constante do Papa às necessidades reais da vida concreta das pessoas”.

“Aliás, dentro do mesmo documentário há outro testemunho em que se diz explicitamente que o Papa Francisco não tem intenção de mudar a doutrina da Igreja”, realça a CEP destacando ainda as afirmações do Presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, José Ornelas, em entrevista à Rádio Renascença em 21 de outubro na qual afirma não crer que “alguma vez a Igreja Católica vá considerar que uma união entre pessoas do mesmo sexo seja um matrimónio”.

“Igualdade de direitos e de oportunidades não significa fazer tudo igual. Significa que cada um, na sua individualidade, é respeitado em todos os momentos por aquilo que é. Por isso, a sociedade e, muito particularmente, o Estado deve criar os mecanismos necessários para que isso seja possível, com um quadro legislativo capaz de reconhecer a cada um a dignidade que tem tal como é e não como eu gostava que fosse”, referiu José Ornelas na entrevista à Rádio Renascença.

O presidente da CEP disse ainda que o papa tem defendido que as pessoas, qualquer que seja a sua orientação sexual, têm o direito a serem respeitadas naquilo que são e que os Estados têm o dever de defender e concretizar essa defesa, legalmente, dentro do respeito pela diversidade que existe na sociedade.

O filme “Francesco”, o âmbito do qual o Papa foi entrevistado, aborda questões com as quais Francisco mais se preocupa, incluindo ambiente, pobreza, migração, desigualdade racial e discriminação.

Enquanto servia como arcebispo de Buenos Aires, Francisco defendeu a união civil para casais homossexuais, no entanto nunca até hoje se tinha manifestado sobre o assunto na qualidade de papa.

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