Portugal

Covid-19: Chá de ervas contra a pandemia distribuído aos habitantes de Madagáscar

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 23-04-2020

Soldados malgaxes fardados, mas sem armas, estão a ir de porta em porta nas ruas da capital de Madagáscar a distribuir aos espantados, mas encantados, habitantes um chá de ervas contra a covid-19, elogiado pelo Presidente Andry Rajoelina.

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A bebida, desenvolvida pelo Instituto Malgaxe de Investigação Aplicada (Imra), é feita a partir de artemísia, uma planta com eficácia comprovada contra a malária.

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“Foram realizados testes. Duas pessoas estão agora curadas por este tratamento”, afirmou Andry Rajoelina no início desta semana.

O chefe de Estado acrescentou: “Este chá de ervas dá resultados em sete dias (…). Podemos mudar a história do mundo inteiro”.

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Na terça-feira, foi a vez de os soldados defenderem a bebida na televisão nacional, desta vez atribuindo-lhe capacidades de prevenção.

“Não há cura direta para o coronavírus”, explicou um médico do Exército.

O coronel Willy Ratovondrainy considerou, no entanto, que “a única solução, até agora, é reforçar a imunidade”.

“E este remédio tradicional reforça a imunidade”, insistiu o coronel.

A eficácia deste chá de ervas contra a covid-19, provocada pelo novo coronavírus, não foi, porém, objeto de qualquer estudo científico publicado.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) salientou que “não existem provas de que os medicamentos atuais possam prevenir ou curar a doença”, embora tenha reconhecido que “os remédios tradicionais (…) podem aliviar os sintomas da covid-19”.

Em Madagáscar, um país muito pobre do Oceano Índico, a população, que toma regularmente remédios fitoterápicos (a partir de derivados vegetais), acolheu de braços abertos a inesperada e gratuita distribuição do chá de ervas ‘Covid-Organics’.

“Desde que vimos o Presidente Rajoelina bebê-lo na televisão, estamos ansiosos por o levar”, disse Jean-Louis Rakotonandrasana, 58 anos, motorista de carro, depois de ter recebido sete sacos de chá de ervas.

Dominique Rabefarihy também está feliz: “Penso que é ótimo que seja o remédio a chegar às pessoas e não o contrário”.

“Uma saqueta para quatro litros de água, a ser tomada em dois copos por dia para um adulto e um copo para as crianças. É proibido para as mulheres grávidas”, instruem os soldados.

A presença dos militares não parece perturbar muito Dominique Rabefarihy. “Pelo contrário, tenho a certeza de que o Exército está preocupado com a minha saúde e com a segurança da minha família”, afirmou.

Com a distribuição deste remédio tradicional, as autoridades malgaxes pretendem “proteger a população através da sensibilização contra o vírus e do reforço do seu sistema imunitário”.

O país regista atualmente 121 casos de infeção, sem mortes.

A nível global, a pandemia de covid-19 já provocou perto de 184 mil mortos e infetou mais de 2,6 milhões de pessoas em 193 países e territórios. Cerca de 700 mil doentes foram considerados curados.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

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