Saúde

Covid-19: Bolsonaro contraria recomendações e interage com multidão de apoiantes

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 15-03-2020

O Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, contrariou hoje as recomendações indicadas pelo seu próprio Governo, de evitar aglomerações de pessoas devido ao novo coronavírus, e juntou-se a dezenas de apoiantes, cumprimentando-os e tirando ‘selfies’ no meio da multidão.

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Apesar das polémicas manifestações convocadas por movimentos de direita em defesa do Governo e contra o Congresso brasileiro, agendadas para hoje terem sido canceladas pela maioria dos organizadores, e terem sido desaconselhadas pelo próprio chefe de Estado, milhares de pessoas saíram às ruas em várias cidades do Brasil.

Ao início da tarde de hoje, Jair Bolsonaro deixou o Palácio da Alvorada, a sua residência oficial em Brasília, e, de carro, dirigiu-se à Esplanada dos Ministérios, onde decorriam as manifestações, sem sair do veículo.

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Posteriormente, dirigiu-se ao Palácio do Planalto, local de trabalho da Presidência do Brasil, onde decidiu romper a barreira de segurança e cumprimentar e tirar fotografias com centenas de apoiantes que o esperavam.

“Não tem preço o que esse povo está fazendo”, declarou Bolsonaro, numa transmissão de vídeo em direto no seu Facebook, enquanto os brasileiros o aplaudiam e chamavam de “mito”.

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Populares que estavam no local criticaram ainda o presidente da Câmara dos Deputados do Brasil, Rodrigo Maia, gritando “fora Maia”.

A tensão entre o Congresso brasileiro e o Governo aumentou nas últimas semanas devido à dificuldade no alcance de um acordo sobre a divisão de verbas dentro do chamado Orçamento impositivo, o que levou movimentos a favor do executivo a convocarem os protestos.

Contudo, com o aumento de casos do novo coronavírus no país, os organizadores das manifestações emitiram comunicados a cancelar os protestos de hoje, assim como Jair Bolsonaro, que  apelou a que os atos fossem “repensados”.

Segundo dados do Ministério da Saúde do Brasil, divulgados no sábado, o país tem 121 casos de Covid-19 confirmados, sendo que a pasta monitoriza ainda 1.496 casos suspeitos.

Porém, o aumento do número de infetados não foi suficiente para dissuadir os apoiantes do Governo de saírem às ruas, mesmo com as recomendações que o executivo emitiu na sexta-feira, de evitar aglomerações de pessoas e de cancelamento de “grandes eventos”, sejam eles governamentais, desportivos, políticos, comerciais, religiosos, entre outros.

“O objetivo não é impedir, é reduzir a velocidade de transmissão do vírus, para que o sistema de saúde consiga manter-se ativo”, afirmou na sexta-feira o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira.

Também o Presidente da República teve recomendações de permanecer em isolamento, após ter sido submetido, na quinta-feira, a um exame para deteção do novo coronavírus, que testou negativo.

Jair Bolsonaro deverá ainda ser submetido a mais um exame ao coronavírus, segundo confirmou à imprensa local o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta.

O mandatário, e membros do seu Governo que viajaram no passado fim de semana para os Estados Unidos da América (EUA), foram submetidos a exames ao Covid-19, após o secretário especial de comunicação da Presidência, Fábio Wajngarten, testar positivo.

Também um diplomata e um senador que acompanharam o Presidente do Brasil na sua recente viagem aos EUA, testaram positivo para o novo coronavírus, informaram fontes oficiais brasileiras esta sexta-feira.

O novo coronavírus responsável pela pandemia de Covid-19 foi detetado em dezembro, na China, e já provocou mais de 6.000 mortos em todo o mundo.

O número de infetados ronda as 160 mil pessoas, com casos registados em pelo menos 139 países e territórios, incluindo Portugal, que tem 245 casos confirmados. Do total de infetados, mais de 75 mil recuperaram.

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