Região

Covid-19: Associação quer trabalhadores de lares equiparados aos da segurança e saúde

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 28-03-2020

A Associação Nacional de Gerontologia Social (ANGES) apela ao Governo para que decrete para os trabalhadores dos lares de idosos “o mesmo que para as forças de segurança e profissionais de saúde”, para maximizar recursos disponíveis.

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Ricardo Pocinho, é o Coordenador da Universidade Sénior do Mondego, unidade que integra a universalidade da ADFP, liderada por Jaime Ramos.

Numa carta dirigida ao Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e ao primeiro-ministro, António Costa, a ANGES pede que seja decretado para os trabalhadores das estruturas residenciais para pessoas idosas (ERPI) “o mesmo que para as forças de segurança e profissionais de saúde, de forma a maximizar o número e recursos disponíveis”, para fazer face à pandemia da Covid-19.

É igualmente importante, sustenta a associação, que o Governo “determine que todos os que respondem nas IPSS [instituições particulares de solidariedade social] a outras respostas” regressem ao trabalho, “ficando convocadas para as mesmas tarefas” dos trabalhadores das ERPI.

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A uniformização de horários de trabalho, para “permitir isolamento profilático” e a constituição de equipas em regime de internato, por turnos e ciclos de trabalho, é outras das medidas reivindicadas pela ANGES, na missiva dirigida ao Presidente da República e ao primeiro-ministro, hoje remetida à agência Lusa.

No tempo em que não estão a trabalhar, os funcionários devem ficar proibidos de sair de casa, preconiza ainda a associação, sublinhando que se impõe “manter os níveis de segurança e isolamento profilático”.

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A ANGES reivindica ainda que “apenas em casos de extrema necessidade e urgência social” sejam admitidos (e sujeitos a quarentena) novos utentes nestes estabelecimentos, para permitir que os quartos vagos se possam tornar em “salas de isolamento e espaço de descanso para as funcionárias”.

É igualmente necessário “solicitar a colaboração de Exército, para dotar as instalações de espaços de descanso para os funcionários e de zonas de isolamento quando elas não existam, para suspeitos e infetados” e “convocar também a Igreja na logística”, sustenta ainda a ANGES, que, entre outras medidas defende a convocação de “alunos em fim de curso, das licenciaturas na área da saúde e ciências sociais para que façam em regime de internamento a conclusão dos seus estágios agora suspensos”.

As ERPI que no País “respondem às necessidades de milhares de idosos”, adverte o presidente da ANGES, Ricardo Pocinho, precisam neste momento de liderança forte e de determinações claras, caso contrário o contágio vai proliferar, e perdemos uma grande oportunidade, talvez a última”.

Atualmente há em Portugal mais de 800 mil idosos institucionalizados, cerca de 80% dos quais “com fraca mobilidade ou sem ela ou acamados” e com mais de 70 anos de idade, de acordo com um estudo feito em “final do ano passado”, disse à agência Lusa Ricardo Pocinho.

O mesmo estudo já apontava para “elevados índices de cansaço dos trabalhadores”, sublinhou o presidente da ANGES, defendendo, designadamente, a revisão da relação de cuidadores por idosos.

Fundada em 2012 em Coimbra, a ANGES, “tem como fim colaborar com os poderes públicos e privados nos planos de intervenção relacionados com a gerontologia social, criar órgãos (departamentos ou unidades de investigação) específicos para cada especialidade da gerontologia, divulgar e promover o cuidar holístico do idoso, contribuir para o aperfeiçoamento dos profissionais desenvolvendo ações de formação na área”, de acordo com a sua página na internet.

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