Coro da Gulbenkian ao vivo no Convento São Francisco
A peça maior do compositor alemão Stockhausen, “Stimmung”, é interpretada no sábado em Coimbra, no Convento São Francisco, no âmbito da bienal de arte contemporânea de Coimbra, informou a organização.
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“Stimmung” é uma longa peça vocal com 51 secções composta para seis vozes, “que se tornou uma referência na música coral contemporânea”, exigindo “que o pequeno coro misto parta sempre de um si bemol grave”, refere a bienal Anozero, em nota de imprensa enviada à agência Lusa.
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Na obra, ouvem-se “jogos melódicos e palavras repetidas, conjuntos de padrões fonéticos rítmicos, 12 tons diferentes para cada uma das três vozes femininas e 24 para cada um dos três homens”, conta a organização do evento.
A peça de Karlheinz Stockhausen, artista ligado à música eletrónica e eletroacústica, foi composta em 1968 e surgiu após uma viagem de “um mês pelo México, onde visitou as ruínas de Oaxaca, Mérida e Chichén Itzá”, explanou.
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Na viagem, o compositor alemão “terá refletido acerca daquelas culturas pré-colombianas”, “os barulhos da natureza, os ruídos do quotidiano” e “os sons das palavras daquelas línguas extintas, a algazarra das festas, os gritos de medo dos sacrificados nos muito cruéis ritos cerimoniais”.
Com base nessa “memória inventada”, Stockhausen criou a obra “Stimmung”, destinada ao Collegium Vocal de Colónia.
Na Igreja do Convento São Francisco, “Stimmung” vai ser interpretada por seis solistas do Coro da Gulbenkian, com direção artística de Pedro Amaral e preparação fonética de Mariana Moldão.
A entrada para o concerto de sábado é livre. A segunda edição da bienal Anozero decorre até ao dia 30.
Sob o tema “Curar e Reparar”, o evento apresenta em Coimbra obras de 35 artistas, nacionais e internacionais, distribuídas por vários espaços da cidade, como o Museu da Ciência, o Mosteiro de Santa Clara-a-Nova ou o Colégio das Artes da Universidade de Coimbra.
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