Saúde

Contacto com javalis não representa risco de doença mas carne deve ser inspecionada

Notícias de Coimbra | 5 anos atrás em 26-08-2019

O bastonário da Ordem dos Médicos Veterinários, Jorge Cid, diz que há um risco “iminente” de os javalis serem portadores da peste suína africana, alertando para a necessidade de a carne ser rigorosamente inspecionada antes do consumo.

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Em declarações à agência Lusa, Jorge Cid referiu que a peste suína africana “não é propriamente um problema de saúde pública na transmissão ao humano” em contacto com o animal vivo, mas pode trazer “consequências desastrosas na economia nacional”, por causa da carne.

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“É mais num consumo desta carne que tem de ser inspecionada. Qualquer carne, qualquer produto de origem animal, deve ser inspecionada por um médico veterinário”, salientou o bastonário, indicando que o “contacto à distância não tem perigo para a saúde pública”.

Jorge Cid considerou que deve existir um corpo de inspetores sanitários para avaliar a carne para consumo.

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Por seu lado, o Governo explicou à Lusa que tem vindo a acompanhar de muito perto a evolução da peste suína africana, tendo já implementado um conjunto de medidas preventivas que visam o controlo da situação.

No caso da prevenção da doença, a Direção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV) “tem vindo a implementar medidas preventivas da doença que passam pelo reforço da comunicação e sensibilização dos vários intervenientes, reforço da biossegurança nas explorações e nos meios de transporte, bem como pela intensificação da vigilância com vista à sua deteção precoce”.

O Governo criou, por despacho publicado na terça-feira passada, uma comissão de acompanhamento destinada a apoiar e avaliar a execução das medidas previstas no plano de ação para a prevenção da peste suína africana 2019-2021 (PAPPSA).

O ministro da Agricultura, Capoulas Santos, explica no despacho que em meados de junho foi aprovado o PAPPSA, com o objetivo de reforçar as medidas de vigilância, de prevenção, da biossegurança e de incremento dos controlos oficiais, no sentido de evitar a introdução do vírus da peste suína africana, ou uma rápida intervenção na eventualidade de ser observado algum surto.

O Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) reconheceu que há um aumento de javalis em Portugal porque foram avistados mais animais desta espécie e aumentaram os pedidos de abate.

“Tendo em conta o número crescente dos avistamentos, o aumento dos pedidos de correção de densidades [número da população] e o consequente aumento do número de abates por parte das zonas de caça, existe uma perceção de que as populações desta espécie estão a aumentar”, referiu o ICNF à agência Lusa.

De acordo com a entidade, este fenómeno tem correspondência com o que se tem vindo a verificar em praticamente em todos os países europeus ao longo da última década.

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