Coimbra

Chega em Coimbra: Uma manhã de tensão e gritaria, religião e defesas de honra

Notícias de Coimbra com Lusa | 3 anos atrás em 29-05-2021

O III congresso de Coimbra do Chega viveu hoje momentos de tensão e gritaria, defesas de honra por divisões partidárias ou até religiosas.

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Já a manhã estava a acabar quando subiu ao palco Luís António Alves, com a sua moção por uma clarificação ideológica do partido para fazer uma diferenciação com outros partidos à direita.

O Chega é da “direita conservadora”, dos “portugueses de bem” e não “da democracia cristã” e “dos peditórios” ou de partidos com “percentagens residuais”, e contra qualquer “OPA hostil ideológica” contra o partido, numa referência implícita ao partido Portugal Pró-Vida (PPV).

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O Chega, afirmou, deve defender não “o multiculturalismo”, mas sim “o valor da portugalidade” e dos “valores do Minho ao Algarve”.

Algo pouco habitual em congresso, um delegado, Rafael Santos, que se apresentou como ex-dirigente do PPV, pediu a “defesa da honra” para gritar “calúnia”, “mentira” e “vergonha”.

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Contrariando Luís António Alves, Rafael Santos afirmou que sem o PPV “não haveria coligação Basta”, que concorreu às europeias de 2019 enquanto o partido Chega ainda aguardava legalização, sublinhando, assim, a sua importância para a criação do novo partido.

“É uma afronta à história deste partido”, disse, exaltado, que acusou a mesa do congresso de “conivência” na apresentação de uma “moção caluniosa”, contestando ainda que não seja possível haver fusões entre partidos.

Estava quase na hora da pausa para o almoço e Luís Graça, presidente da mesa do congresso, deu por encerrados os trabalhos e admitiu que não ia exercer o seu direito de resposta.

“Se não, ia incendiar isto ainda mais. Teria muito mais a dizer. E vamos ficar por aqui”, concluiu, pedindo urbanidade e calma na discussão das moções, hoje, durante a tarde e noite.

Depois de uma manhã de votações de alterações estatutárias, coube a João Tilly, da distrital de Viseu, animar os trabalhos ao afirmar, de forma entusiástica, que o “Chega tem de governar Portugal”.

Utilizando a “forma de discursar de Ferro Rodrigues”, presidente da Assembleia da República, como ironizou na sua intervenção, disse que independentemente de ser com o PSD, o Iniciativa Liberal ou o CDS ou “sem nenhum deles”, o partido é a “esperança dos portugueses de bem”.

Aplaudido de pé, ao som de muitas palmas e do bater das mãos nas mesas, João Tilly defendeu que o congresso mandate o presidente do Chega “para fazer todos os acordos ou exigências possíveis com todos os partidos que os aceitarem, no sentido de sermos Governo já nas próximas eleições”.

Hoje é dia de debate e votação das moções setoriais, são algumas dezenas, mas a organização não as distribuiu aos jornalistas, e da moção global de Ventura, ficando a eleição dos órgãos nacionais para a manhã de domingo.

Ao contrário do que aconteceu nos anteriores congressos, as moções setoriais não foram distribuídas aos jornalistas, dado que, por decisão da mesa do congresso, só estarão disponíveis para os delegados.

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