Coimbra

Confederação pede que não se deixem os deficientes isolados e sem apoio

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 27-03-2020

A Confederação Nacional de Organizações de Pessoas com Deficiência (CNOD) pede ao Governo que não deixe os deficientes, “um grupo especialmente vulnerável”, isolados, sem apoio e sem direitos no âmbito da pandemia de covid-19.

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Em comunicado hoje divulgado, a CNOD manifesta a sua preocupação pelos efeitos do isolamento social imposto no combate à pandemia e frequentes cuidados de higiene pessoal e de instrumentos de uso diário, “quando muitas pessoas com deficiência não têm condições para se cuidarem autonomamente”.

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“O isolamento social de pessoas com deficiência, seja ela intelectual, física ou decorrente de AVC e outras patologias, pode tornar-se num sentimento de abandono ou de rejeição com graves consequências sobre o estado de saúde mental e geral”, lê-se no comunicado, que refere ainda a importância de um acesso pleno à informação, destacando as denúncias de pessoas com deficiência auditiva, “cortados do mundo pela inadequação dos meios de comunicação social às suas necessidades”.

A CNOD teme ainda efeitos na saúde pela interrupção ou redução no acesso a tratamentos e apoios, dando o exemplo dos doentes renais a necessitar de hemodiálise ou de vítimas de acidentes vasculares cerebrais (AVC) que vejam terapias interrompidas, como fisioterapia e terapia de fala, com “consequências não reversíveis” para os doentes.

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“Assim, procurando dar voz às pessoas com deficiência que se encontram isoladas em casas muitas vezes sem as mínimas condições funcionais, sem acessibilidade à necessária informação sobre o que está a acontecer, por vezes vítimas de violência doméstica, com dificuldades em se alimentar e se higienizar, entregues à espera desesperada de ajuda”, a CNOD procura “reclamar junto do Governo” e de outras autoridades das áreas da solidariedade, saúde e proteção civil, a tomada de medidas que mitiguem os efeitos da pandemia junto dos deficientes.

A CNOD quer que sejam localizadas as pessoas com deficiência “em situação crítica de isolamento” para que lhes seja prestado apoio domiciliário, na alimentação e higiene, que lhes seja garantido o direito de acesso a informação imediata e correta, assegurando a transmissão em língua gestual e que os canais de contacto para informações e emergências são acessíveis a todos.

Pede também a garantia de acesso aos serviços de saúde, proteção dos profissionais e dos deficientes por eles assistidos, garantia de manutenção de emprego e de possibilidade de teletrabalho e ensino à distância, garantia de rendimentos, propondo, por exemplo, o prolongamento automático de prestações sociais.

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