Condeixa homenageou Cândido Pereira por uma vida dedicada ao teatro

Notícias de Coimbra | 6 anos atrás em 30-10-2017

O Município de Condeixa homenageou, recentemente, Cândido Pereira pela sua dedicação ao teatro, enquanto ator amador, ensaiador, encenador e autor de algumas peças de teatro levadas aos palcos.

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A homenagem surpresa decorreu no Cine-Teatro de Condeixa, após a exibição da peça de teatro “A História da Carochinha”, uma adaptação original de Cândido Pereira, interpretada pela Secção de Teatro do Grupo Coral de Queluz.

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“O interesse de Cândido Pereira pelo teatro talvez tenha começado na Escola Primária, quando o seu professor, o austero António Pita, o pôs a declamar a ‘História do sapo’ numa récita na Escola Primária da Ega”, recordou José Magalhães Castela no discurso de homenagem.

Em 1963, Cândido Pereira fundou um Grupo de Teatro Amador na Fábrica de Cervejas de Coimbra, onde exercia funções profissionais, que se apresentou pela primeira vez ao público no Natal desse ano com duas peças: ‘A Pastorinha Pretendida’ e ‘Os Burgueses’ de Gervásio Lobato, numa interpretação de sucesso que os levou ao Salão da FNAT em Coimbra.

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Nos anos 60 e 70, foram várias as peças ensaiadas e exibidas pelo Grupo de Teatro dos Funcionários da Fábrica de Cerveja de Coimbra em diferentes palcos do país, nomeadamente em Lisboa, nos Teatros Vasco Santana, Capitólio, Trindade, Tivoli e Monumental.

A peça ‘Irene’, da autoria de Pedro Block, foi das mais aclamadas e premiadas, tendo vencido, em outubro de 1965, a final do concurso de arte dramática do Secretariado Nacional de Informação, no Teatro Garcia de Resende, em Évora.

Foi exatamente com a peça ‘Irene’ que Cândido Pereira recebeu a distinção de melhor interpretação masculina, uma obra que mereceu outros prémios e menções honrosas, nomeadamente os de melhor ensaiador e melhor comédia.

A última peça em que o Cândido Pereira foi ator, a Carta Anónima, foi representada em Maiorca e sob a vigilância de dois agentes da PIDE, que assistiam à representação.

Pouco tempo depois do dia 25 de Abril, que trouxe a liberdade a Portugal, o rumo da atividade teatral de Cândido Pereira mudou-se para a sua Condeixa de sempre.

Por convite de Ramiro de Oliveira, tornou-se ensaiador e encenador. Começou em Condeixa com a peça de revista ‘Condeixa sem Máscara’ a que se seguiu a comédia em três atos, Sopa Juliana. E como o entusiasmo desse tempo foi grande, Cândido Pereira fez subir ao palco do Cine-Teatro de Condeixa as peças Giroflé e Frei Thomaz.

Mais tarde, foi convidado para bolseiro dos Serviços de Alfabetização. Apoiando e ensaiando a Secção de Teatro nos Bombeiros Voluntários de Condeixa, deu também o seu melhor, como ensaiador, ao Grupo de Teatro Alegre de Condeixa-a-Velha, ao Grupo de Teatro dos Fornos e até a um pequeno grupo de teatro em Alcabideque.

Homem das letras, Cândido Pereira publicou em 1999 o livro ‘Era assim … Condeixa, Crónicas de um tempo passado’, seguindo-se em Julho de 2006 a edição de ‘A Estrada de Pedra’. É ainda um colaborador ativo e regular da imprensa e autor do blog ‘Crónicas de um tempo passado’, sobre a sua terra natal, Condeixa.

À cerimónia de homenagem, que contou com uma apresentação da carreira de Cândido Pereira e do seu contributo para a divulgação do teatro em Condeixa, seguiu-se a atuação dos grupos corais do Orfeão de Queluz e do Orfeão Dr. João Antunes.

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