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Coimbra: Misericórdias pedem ao Estado centro para hemodialisados, hospitais de campanha e fecho dos centros de dia

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 30-10-2020

O Secretariado Regional das Misericórdias do distrito de Coimbra disse hoje que não tiveram “a colaboração necessária” por parte do Estado  para a proposta de concentrar os hemodialisados num local em Coimbra, disponibilizado pelas misericórdias, em parceria com a Cruz Vermelha, por forma a evitar a sua deslocação a hospitais e fechar o que consideram “uma porta de entrada” para o novo coronavírus.

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Em conferência de imprensa realizada hoje em Coimbra e noticiada pela Agência Lusa, António Sérgio Martins defendeu que devem ser criados hospitais de campanha de âmbito supraconcelhio, reforçar a capacidade de testagem, manter encerradas as respostas de centro de dia e testar não apenas funcionários mas também utentes dos lares de idosos, entre outras medidas.

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Algumas misericórdias do distrito de Coimbra estão a vender património para fazer face ao aumento das despesas provocado pela pandemia de covid-19, alertou o Secretariado Regional. “Corremos o risco de muitas instituições entrarem em dificuldades financeiras graves [se a atualização do apoio do Estado for de apenas 2% em 2021]. Muitas delas estão já a recorrer a outras valências, como venda de património para cumprir os seus compromissos”, afirmou o presidente do Secretariado Regional de Coimbra da União das Misericórdias, António Sérgio Martins.

Segundo o responsável, as misericórdias do distrito já tinham “um problema de sustentabilidade” antes do início da pandemia, agravado agora com os custos associados à covid-19 nas suas estruturas.

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“Há instituições a gastar 500 euros por dia em equipamento de proteção individual e ninguém previa esse custo”, salientou, referindo que o aumento do salário mínimo nacional em 2021 – medida que subscrevem – vai agravar a situação, defendendo que deveria ser feito um reforço por parte da tutela no apoio às misericórdias para acompanhar esse incremento na despesa.

Face à situação, António Sérgio Martins disse que várias instituições já estão a vender algum do património que lhes foi sendo doado, notando que “basta ir ver as convocatórias das assembleias gerais” das misericórdias.

O provedor da Misericórdia de Montemor-o-Velho, Manuel Carraco, também presente na conferência de imprensa, apontou para a situação da instituição que lidera, em que já há escrituras marcadas para venda de algum património antes do fim do ano.

Segundo o responsável do Secretariado Regional de Coimbra, ainda não foi registado qualquer infeção ou óbito por covid-19 nos lares das instituições do distrito, realçando, porém, que são necessárias mais medidas para prevenir casos.

Portugal ultrapassou hoje todos os recordes desde o início da pandemia covid-19 com o registo de 40 mortos, 4.656 infetados e 1.927 doentes internados, 275 dos quais em cuidados intensivos, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).

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