Coimbra

Coimbra: Instituto trata de nos pôr a sabermos envelhecer 

Rui Avelar | 4 anos atrás em 21-01-2020

Com a esperança de vida em alta, o projecto MIA-Portugal vai tratar de nos pôr a sabermos envelhecer.

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A apresentação do projecto do Instituto Multidisciplinar do Envelhecimento, que aspira a instituir um centro de referência no Sul da Europa, foi apresentado, hoje, em Coimbra, durante uma cerimónia em que interveio a ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.

A iniciativa visa o estudo dos processos biológicos inerentes à idade avançada para promover e sustentar o envelhecimento saudável e activo.

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Portugal é um dos países mais envelhecidos do mundo, com elevadas incidências de maleitas crónicas a isso associadas, como cancro, diabetes ou doenças cardiovasculares, responsáveis pela deterioração da qualidade de vida do idoso.

Lançado pela Universidade de Coimbra (UC), em parceria com a Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC) e o Instituto de Pedro Nunes (IPN), o novo MIA-Portugal aspira a protagonizar um projecto pioneiro a nível nacional na área da investigação do envelhecimento.

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A iniciativa é financiada pela União Europeia e conta com comparticipação da UC e da CCDRC num montante de 49 milhões de euros, dos quais 15 são investimento directo do programa Teaming [da UE] para recursos humanos.

Ao invocar as credenciais de Coimbra, cuja sub-região é de referência ao nível da UE em termos de envelhecimento activo e saudável, a ministra Ana Abrunhosa disse que o projecto é o “corolário natural” de um caminho que tem vindo a ser trilhado.

Coimbra é o “local perfeito para o estudo do envelhecimento”, opinou a governante.

Apologista de que os problemas sejam encarados fazendo uso da ciência, Ana Abrunhosa regozijou-se pelo contributo que o MIA-Portugal irá dar no sentido de se esmiuçar como ficamos doentes na fase da veterania.

Há que “conferir, cada vez mais, valor às pessoas idosas”, advertiu a ministra. 

Para Rodrigo Cunha, coordenador do projecto, o MIA-Portugal visa “responder à ‘armadilha’ do envelhecimento, resultante do aumento da esperança de vida, directamente ligado ao crescimento do número de idosos com doenças crónicas”.

A ideia consiste, segundo ele, em identificar as bases biológicas do envelhecimento e desenhar

estratégias novas que diminuam o processo de senilidade de modo a atrasar ou suprimir em simultâneo as várias doenças crónicas associadas ao aumento da idade.

“O objetivo não é aumentar a esperança de vida, mas, antes, aumentar a qualidade de vida da pessoa idosa”, assinala Rodrigo Cunha. Em síntese, o investigador defende a necessidade de termos “o avô a jogar à bola com o neto” durante o mês anterior a o corpo do veterano deixar de responder.

A aprovação, pela União Europeia, do MIA-Portugal em Coimbra decorre do reconhecimento do serviço de excelência na área biomédica da Faculdade de Medicina da UC, do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), do Centro de Neurociências e Biologia Celular, do IPN e do BioCant (Cantanhede).

Segundo a organização, os grupos de investigação do MIA-Portugal irão desenvolver a sua actividade científica de investigação clínica em colaboração com grupos dos parceiros internacionais (Groningen Medical School, Newcastle University, Mayo Clinics e University of Copenhagen), com o objectivo de identificar os mecanismos biológicos responsáveis pelo processo de envelhecimento.

Na sessão realizada, hoje, em Coimbra, a que assistiu a vereadora Regina Bento, intervieram, além do reitor da UC, Amílcar Falcão, o presidente interino da CCDRC, António Veiga Simão, e um representante da Comissão Europeia, João Albuquerque.

Maria de Belém Roseira, antiga ministra da Saúde, declarou a NOTÍCIAS de COIMBRA tratar-se de um projecto “muito importante para mais rápido avanço em busca de soluções para o que nos preocupa”.

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