Graças a um projecto de intervenção artística e comunitária do Teatrão, intitulado “Portas abertas”, há lugar a representações cénicas, na Arregaça, Coimbra, no próximo fim-de-semana.
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Segundo uma sinopse divulgada pela Direcção Regional de Cultura do Centro, uma guia turística recebe o público/turistas para iniciar uma viagem pela Arregaça e leva os visitantes a tomar contacto com os moradores, acenando com o “enorme potencial” desta zona da cidade.
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A excursão turística interrompe uma assembleia de moradores, atravessa um piquete de greve, apanha um comboio-fantasma, banha-se numa fonte e torce por uma equipa de futebol.
Tudo isto, sábado (12) e domingo (13), pelas 21h00 – e ainda domingo, às 11h00 – sobre o tapete verde do velho campo de futebol da Arregaça, que foi, durante décadas, o palco de equipas do Clube de Futebol União de Coimbra (CFUC).
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“Portas abertas”, para o presidente da Associação de Moradores da Fonte do Castanheiro, Fernando Coelho, corresponde à “queda de um muro entre o bairro e a cidade de Coimbra”.
Isabel Craveiro, directora artística do Teatrão, diz que há “o propósito de mobilizar a comunidade” em torno de objectivos comuns.
O itinerário descrito na sinopse, consistindo a representação teatral numa espécie de visita guiada através do vale da Arregaça, liga a Fonte do Castanheiro a uma antiga fábrica da Sociedade de Porcelanas e ao outrora CFUC e traz à memória o centenário Ramal ferroviário da Lousã (desmantelado para dar lugar ao Sistema de Mobilidade do Mondego).
Ao aludir a uma “importante relação” entre o que é popular e aquilo que é erudito, Isabel Craveiro, interpelada por NOTÍCIAS de COIMBRA, realça “o potencial” do binómio constituído pela sociedade dos futricas e pela sociedade dos doutores.
A dramaturgia e a encenação da peça a levar a cena reflectem essa dicotomia, assinala a directora artística do Teatrão – Oficina Municipal de Teatro.
A peça é uma “metáfora acerca do que queremos sobre relações entre vizinhos numa cidade”, acentua Isabel Craveiro.
Os vereadores Carina Gomes (Cultura) e Francisco Queirós (Habitação) felicitaram a Oficina Municipal de Teatro ao assistirem à conferência de Imprensa de apresentação do espectáculo.
Graça Oliveira, membro da Junta de Freguesia de Santo António dos Olivais, lamentou “o desprezo” a que tem sido votado, “por muita gente”, o vale da Arregaça, que acolheu o antigo CFUC e uma unidade fabril da importância das da Sociedade de Porcelanas.
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