Coimbra

Coimbra aposta na partilha para ser Capital Europeia da Cultura em 2027

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 31-01-2020

Coimbra aposta na partilha para ser Capital Europeia da Cultura em 2027

A candidatura de Coimbra a Capital Europeia da Cultura 2027 está a ser desenvolvida com base nos princípios da escuta e da partilha, da irradiação e do ‘networking’, e da difusão e mediatização, afirmam os seus responsáveis.

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O Grupo de Trabalho Coimbra Capital Europeia da Cultura 2027, criado há um ano e meio, planeou a sua ação a partir de “três princípios básicos e complementares”, disse à agência Lusa o coordenador do grupo, Luís de Matos, explicitando: “o da escuta e o da partilha, o da irradiação e do ‘networking’, o da difusão e mediatização”.

O grupo de trabalho (GT) esteve e continuará a estar “atento ao pulsar da cidade e à sua vida cultural e associativa” e a receber os contributos de “todos os cidadãos que se querem sentir parte integrante de um projeto, qualquer que seja a esfera – pessoal e institucional – em que se situem”, assegura.

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Diversos foram, assim, “os tipos de auscultação e de encontros programados”, quer em audições individuais com agentes culturais da cidade, mas também com representantes das suas forças políticas, responsáveis pelas instituições de ensino superior, por fundações ou associações, quer em “eventos organizados e abertos à cidade”, exemplifica Luís de Matos.

A par destes encontros, o GT também reuniu com representantes (presidentes, vereadores e técnicos) dos 19 municípios que integram a Comunidade Intermunicipal (CIM) Região de Coimbra, que, como a Universidade de Coimbra, apoia a candidatura da cidade a Capital Europeia da Cultura, que é promovida pela Câmara Municipal de Coimbra.

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“A esta ideia de implicação numa causa comum, de todos e para todos, se acrescentou a de uma aprendizagem, assente na experiência e na competência de uns e de outros”, alargada à esfera nacional e internacional, através, designadamente, da “perscrutação dos membros do Conselho Consultivo da Candidatura [entretanto criado pelo GT] e visitas a cidades que acolheram já um evento desta natureza”, como Bolonha (Itália), Marselha (França) e La Valeta (Malta), sublinha.

Numa outra dimensão, Luís de Matos refere eventos específicos na cidade, como o For1 C, a Noite das Ideias e o Seminário Europa das Cidades, Europa da Cultura, que reuniu diversas cidades europeias em Coimbra, ou, por outro lado, o encontro sobre a Praça da República, no plano local, ou a participação no seminário Shaping a European Capital of Culture, em Wroclaw, realizações que contribuíram para “uma mais ampla abertura à comunidade e para uma maior tomada de consciência do posicionamento” da candidatura de Coimbra, dos “princípios que a norteiam e do potencial, ao mesmo tempo real e simbólico”, que a cidade detém.

Recuperando a ideia de partilha, “valorizou-se o princípio de um trabalho em rede, quer local e regional, quer internacional, tendo para tal desenvolvido contactos com grupos de renome, como por exemplo, e em termos universitários, o CoimbraGroup”.

“A determinação da candidatura – através do seu ‘claim’ – é mostrar que a ideia de mudança está inscrita no ADN da cidade, lhe é consubstancial, e sempre o foi ao longo dos tempos, marcando todos os eventos da sua história”, sintetiza Luís de Matos.

A alegação espelha “o incontornável desígnio da cidade de Coimbra, inscrevendo-se num contínuo e histórico processo de mudança, criar condições de continuidade de um pensamento de vanguarda, numa trajetória, nacional e europeia, que recupera etapas fundamentais de um percurso passado e cria condições de construção de uma permanência e de um devir”, conclui.

Além do mágico Luís de Matos, o grupo de trabalho é constituída pelo médico e líder da bancada do PSD na Assembleia Municipal de Coimbra, Nuno Freitas, pelo deputado municipal da CDU e antigo diretor do Conservatório de Música de Coimbra, Manuel Rocha, pelo vice-reitor da UC para a área do turismo, Luís Menezes, pelo antigo diretor regional da Cultura do Centro António Pedro Pita, e pela antiga vice-reitora da UC Cristina Robalo Cordeiro.

Portugal vai acolher em 2027 a Capital Europeia da Cultura, juntamente com uma cidade da Letónia.

Os dois países selecionados são responsáveis pela organização do concurso entre as suas cidades, devendo para isso publicar um convite à apresentação de candidaturas com seis anos de antecedência.

Após a apresentação de candidaturas, que devem focar-se na criação de um programa cultural com dimensão europeia, caberá a cada Estado-membro convocar um júri para uma pré-seleção das cidades candidatas, isto até cinco anos antes.

A decisão final será dos países, devendo ser tomada até quatro anos antes do título.

Além de Coimbra, já anunciaram que vão apresentar uma candidatura as cidades de Leiria, Faro, Viana do Castelo, Aveiro, Évora, Braga, Guarda e Oeiras.

Portugal já recebeu a Capital Europeia da Cultura em três ocasiões: 1994 (Lisboa), 2001 (Porto) e 2012 (Guimarães).

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