Coimbra

Coimbra: A Escola da Noite apresenta “Cidade, Diálogos” em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo

Notícias de Coimbra | 3 anos atrás em 18-05-2021

A Escola da Noite prossegue esta semana a temporada da sua nova criação: “Cidade, Diálogos”, com textos de Gonçalo M. Tavares. O espetáculo tem encenação de António Augusto Barros e está em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, até 30 de maio, com sessões de quarta a domingo.

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“Cidade, Diálogos” é a 71.ª criação d’A Escola da Noite. Construída a partir de textos do livro “O Torcicologologista, Excelência”, conta com as interpretações de Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Paula Garcia, espaço cénico de António Augusto Barros e João Mendes Ribeiro, figurinos e adereços de Ana Rosa Assunção, luz de Danilo Pinto, som de Zé Diogo e vídeo de Eduardo Pinto.

Estreou no passado dia 13 e mantém-se em cena por mais duas semanas, até 30 de maio, de quarta a sábado às 19:00 e aos domingos às 16:00.

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Devido às características do cenário e às limitações impostas pelas medidas de combate à covid-19, a lotação é bastante reduzida. A companhia aconselha por isso a reserva ou a compra antecipada de bilhetes, pelos contactos habituais do Teatro ou através da ticketline.

O Torcicologologista, Excelência, foi publicado pela Editorial Caminho em 2015, e divide-se em duas partes: “Diálogos” e “Cidade”. Na primeira, “duas excelências, dois senhores que se tratam com muito respeito vão falando sobre várias questões e acima de tudo sobre o absurdo da linguagem, tentando entender o mundo e tentando entender os buracos da linguagem”. “O diálogo – afirmou Gonçalo M. Tavares a propósito deste livro – obriga a aparecerem coisas que não apareceriam de outra maneira. O diálogo verdadeiramente diálogo é aquele que me obriga a dizer algo que eu não diria se não tivesse um interlocutor”.

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Na segunda parte, um número indeterminado de humanos cumpre um ritual de voyeurismo cínico. Através de microscópicas visões das pequenas tragédias, gestos, afetos, paixões e equívocos dos observados, parecem perseguir a utopia de radiografar, apreender, a vida da cidade, o pulsar da sua humanidade. “É uma espécie de zoom por uma cidade, tentando pensar o que é uma cidade”, afirmou o autor.

Cidade, Diálogos é o novo espetáculo d’A Escola da Noite que cruza as duas partes do livro e prossegue a “investigação sobre a linguagem” que o próprio escritor assumiu como característica da obra: quanto às relações entre as palavras e o movimento, o espaço e a música e quanto ao lugar do indivíduo nesse processo de relação com o outro – emissão/receção; fala/escuta; poder/submissão; pontos, meios e focos de observação das cidades e do mundo em que habitamos.

A escolha da obra de Gonçalo M. Tavares insere-se numa das linhas de trabalho em que assentam o projeto e a linguagem artística d’A Escola da Noite: a transposição cénica de textos não especificamente teatrais – poesia, contos, parábolas –, caminho que levou já a companhia a autores como Thomas Bernhard, Kafka, Ruy Duarte de Carvalho, Javier Tomeo ou José Rubem Fonseca, entre outros.

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