Coimbra

Coimbra: “A cegueira de um compositor e a visão na ciência de uma doença rara”

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 09-10-2020

No domingo, dia 11, às 17h30, o Centro de Neurociências e Biologia Celular da Universidade de Coimbra (CNC-UC) e a Orquestra Clássica do Centro (OCC) juntam esforços, no Pavilhão Centro de Portugal, num concerto de sensibilização para a literacia científica intitulado “A cegueira de um compositor e a visão na ciência de uma doença rara”.

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A atividade é coordenada por Manuela Grazina, Diretora do Laboratório de Biomedicina Mitocondrial e Teranóstica (LBioMiT) e professora da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC), e tem como principal objetivo a consciencialização da sociedade sobre uma doença rara, a Neuropatia Óptica Hereditária de Leber (LHON). A LHON é uma atrofia do nervo óptico, hereditária, que leva à cegueira progressiva, tipicamente em adultos jovens, que perdem drasticamente a visão, comprometendo de forma grave a sua qualidade de vida.

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“Apesar de não colocar a vida em risco, a LHON tem um grande impacto na qualidade de vida, pela súbita perda de visão. Acreditamos que poderão existir muitos casos sem diagnóstico definitivo, devido à falta de respostas terapêuticas, sendo necessário informar a população para que os doentes não desistam da consulta, que é uma situação frequente devido à falta de opções terapêuticas eficazes para todos os casos. A investigação da doença é a maior esperança para que possa existir um tratamento para todos os que sofrem de LHON! Durante os últimos 25 anos, esta doença tem sido investigada e diagnosticada no LBioMiT e irei coordenar um estudo nacional, para análise genética e epidemiológica desta patologia, nos próximos 5 anos”, refere Manuela Grazina.

A promoção da cultura científica com trabalho realizado na Universidade de Coimbra, através da divulgação de informação e dados de investigação, diagnóstico e tratamento da LHON, fatores de risco e prevenção do agravamento, vai permitir o incremento significativo da literacia científica e a consciencialização sobre uma doença que, apesar de rara, tem um efeito negativo drástico na qualidade de vida, principalmente de jovens adultos, muitos no início da sua vida profissional.

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A iniciativa “A cegueira de um compositor e a visão na ciência de uma doença rara” vai dividir-se em duas partes. Na primeira, a OCC realiza um concerto comentado por David Wyn Lloyd (músico convidado) sobre compositores conhecidos de todos os tempos, como Georg Friedrich Händel ou Johann Sebastian Bach, que sofreram uma perda drástica de visão. Serão distribuídos aos participantes óculos especiais que permitem experienciar a redução drástica de visão que ocorre na doença. A segunda será um momento comunicação de ciência, por Manuela Grazina e pela sua equipa, contando ainda com a participação do neuro-oftalmologista Pedro Fonseca e de doentes.

“A parceria entre o LBioMiT e a OCC já tem alguns anos e é para nós motivo de grande orgulho. A associação à música surge como um elo perfeito para a comunicação de ciência. A música é uma das formas mais profundas de comunicação, envolvendo múltiplas funções cerebrais e estimulando a motivação e o bem-estar. A música e a ciência encontram-se no cérebro, onde todo o nosso conhecimento é guardado”, adiciona a investigadora.

A participação no evento, que garante o cumprimento de todas as regras de segurança e distanciamento social impostas pela Direção-Geral da Saúde, é limitada aos lugares disponíveis. A inscrição é obrigatória e pode ser efetuada por telefone (916994160, 239824050) ou e-mail (occ@orquestraclassicadocentro.org). A iniciativa é uma das 10 premiadas no âmbito do Programa de Apoio Financeiro para Eventos de Promoção de Cultura Científica 2020, dinamizado pela Universidade de Coimbra, no âmbito da celebração dos seus 730 anos.

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