Coimbra

Citemor – 42º Festival de Montemor-o-Velho termina no próximo fim-de-semana

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 06-08-2020
 
 

Está a decorrer em Montemor-o-Velho e na Figueira da Foz até ao próximo sábado, 8 de Agosto, a 42ª edição do Citemor. O programa, que inicio em Coimbra a 24 de Julho, termina com uma instalação e duas apresentações informais fruto de residências de criação.

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Citemor 2020

Na sexta-feira 7 de Agosto, no Castelo de Montemor-o-Velho, ainda pode visitar  Biblioteca” de Horácio Frutuoso. “Biblioteca” é a resposta do artista plástico à proposta de criar uma instalação tendo como ponto de partida o vídeo “A Experiência do Lugar II” de Helena Almeida. Rodado no atelier da artista, o vídeo remete Horácio Frutuoso para um universo de religiosidade, que o conduz, por similaridades, ao espaço de uma biblioteca. “Uma biblioteca como um depositário de livros, a tentativa de preservar, a organização hierárquica, os rituais, o silêncio, os livros que são esquecidos, os que são mais requisitados até as folhas se soltarem”.
 
Horácio Frutuoso concebeu três objectos em acrílico, com três cores: cristal transparente, preto opaco e cinzento translúcido, por associação com a pureza das cores, neutralidade e estética de Helena Almeida. A programação desta instalação tem o apoio da BoCa Bienal e Fundação PLMJ.
 
Também na sexta-feira, 7 de Agosto, às 22h30 no castelo, Miguel Pereira e Guillem Mont de Palol apresentam “Falsos Amigos”. Entre a língua castelhana e o português são frequentes os chamados falsos amigos, ou seja, palavras com grafia ou pronúncia parecidas, mas que na realidade possuem significados totalmente diferentes (“embaraçada”/”embarazada”, por exemplo). Desta correspondência de significados inadequada, baseada numa relação de amizade semântica falsa, Miguel Pereira e Guillem Mont de Palol desenvolverão a sua relação de falsa amizade – uma comédia de enganos a partir da exploração do movimento.
 
Com produção O Rumo do Fumo, esta obra é suportada em parceria pelo Citemor com o Institut Ramon Llull, La Poderosa e La Caldera em Barcelona e o Teatro das Figuras em Faro. A estreia está agendada para o Festival Sálmon 2021, em Barcelona.
 
O festival encerra na Figueira da Foz no dia seguinte, sábado ás 21:30, no Núcleo Museulógico do Sal, onde a Orquestina de Pigmeos apresenta os resultados de duas semanas de trabalho em residência de criação.
 
A proposta de Nilo Gallego (músico e artista sonoro) e Chus Dominguez (artista visual e videasta), com a participação especial de Katsunori Nishimura, funciona como uma intervenção instalativa em ambiente natural com a sobreposição de paisagens sonoras e visuais.
 
A pesquisa deste projecto foi orientada para a relação com o Rio Mondego, mas devido á pandemia, foram cancelados os períodos de trabalho previstos para os meses de Maio e Junho que contemplavam a navegação do rio. O trabalho desenvolvido por esta dupla de artistas nas últimas semanas corresponde assim, ao arranque de um projecto, que terá a sua estreia no Citemor em 2021. A criação da Orquestina de Pigmeos é uma produção Citemor com o apoio da Câmara Municipal da Figueira da Foz.
 
Apesar de terminar o programa de apresentações públicas, continuará até 24 de Agosto a residência de criação de Sergi Faüstino, actualmente em Montemor-o-Velho a desenvolver um trabalho que incide sobre a documentação vídeo do festival, da autoria de Hugo Barbosa. Paralelamente, Sergi Faüstino trabalha com Mercè Recacha e Viviane Calvitti numa obra a estrear em 2021, intitulada “30 anys d’èxits”.
 
Queremos deixar uma palavra de conforto aos artistas que estiveram em diálogo connosco ao longo dos últimos meses e que não puderam integrar o programa, tendo em conta as circunstâncias associadas à pandemia: Francisco Camacho, Joana von Mayer Trindade e Hugo Calhim Cristovão, Sara Anjo e Teresa Silva, e Gabriel Ferrandini.
 
Em suspenso durante muito tempo devido à crise pandémica, o Citemor teve a capacidade de reformular criteriosamente o seu programa e cumprir parte siginificativa do seu plano para este ano. A opção orientadora foi proteger os processos de criação de novas obras contribuindo para atenuar o efeito “lock down” na produção artística deste ano. Com esta opção, o festival reforça um dos seus traços mais distintivos e sublinha a sua vocação produtora, afirmando Montemor-o-Velho como um lugar dedicado à criação.

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