Coimbra

Cidalina Abreu defende formação para enfermeiros saberem lidar com o erro

Notícias de Coimbra | 8 anos atrás em 02-03-2016

 

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Uma investigação de uma professora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) aponta para a necessidade de os enfermeiros mudarem a forma como encaram os erros na prática clínica, ao ponto de defender que esta temática figure nos currículos da oferta formativa.

CIDALINA ABREU

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De acordo com os resultados do trabalho que Cidalina da Conceição Ferreira de Abreu desenvolveu, no período de 2008 a 2015, em 17 hospitais da zona centro do país e com a colaboração de 1165 enfermeiros, «a emoção mais frequente» experienciada por estes profissionais de saúde, relativamente às consequências do erro na prática clínica, «foi a raiva, seguida da culpa».

Para Cidalina Abreu, é necessário que os profissionais, e até mesmo os estudantes, «desenvolvam competências psicossociais na gestão do erro clínico», desde o 1º ciclo de estudos (licenciatura) e numa perspetiva de formação ao longo da vida.

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A investigadora da ESEnfC defende a «necessidade de se obter uma cultura de segurança» que remeta para a mudança do «paradigma tradicional, centrado na punição», para «uma cultura mais aberta e de aprendizagem face ao erro comedido».

Os erros mais reportados por aquela amostra de enfermeiros situaram-se ao nível da categoria “Administração Segura de Medicação”, seguidos das falhas em matéria de “Técnica e Procedimentos”, “Responsabilidade/advocacia do doente”, “Prevenção” e “Comunicação”.

Quanto às causas percebidas do erro, os enfermeiros «evidenciaram com mais frequência o facto de terem decidido com demasiada rapidez relativamente aos procedimentos a efetuar ao doente», mas também «o facto de se encontrarem desatentos», ou «de efetuarem uma avaliação errónea da situação do doente», afirma Cidalina Abreu.

Já no que toca a fatores do contexto profissional que levaram à ocorrência do erro, «os profissionais inquiridos salientaram o ambiente stressante da enfermaria», continua a docente da ESEnfC.

«Numa cultura de segurança pretende-se que haja a notificação do erro e que se estabeleça um diálogo no seio da equipa multiprofissional, sem pretensão de qualquer tipo de represálias, no sentido de se conseguir analisar a raiz causal do erro ocorrido», conclui a professora Cidalina Abreu.

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