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Coimbra

CHUC poderá aumentar em 10% o número de transplantes hepáticos

Notícias de Coimbra | 8 anos atrás em 30-03-2016

A equipa de transplantação hepática do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC) acaba de realizar pela segunda vez este ano, dois transplantes hepáticos – numa criança e num adulto – por divisão (split) de um só fígado – um dador para dois receptores.

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EMANUEL FURTADO

O recurso a esta técnica poderá representar um aumento de 5 a 10%, do número de transplantes do CHUC ao longo deste ano.

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As modalidades de transplante hepático por redução, divisão (split), dador vivo, são muito exigentes tanto do ponto de vista técnico como do ponto de vista da logística envolvida pois exigem equipas muito bem preparadas e em número significativamente maior do que o necessário para a transplantação com fígado inteiro, sendo necessária a execução em simultâneo de dois (por vezes três) atos cirúrgicos de alta complexidade e responsabilidade. Neste momento o CHUC é o único hospital que utiliza esta técnica cirúrgica em Portugal.

Emanuel Furtado, coordenador da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do CHUC, explica que “todas estas variantes técnicas fazem parte da história da transplantação hepática nos HUC, agora parte do CHUC. Por falta de capacidade técnica e logística, algumas destas soluções mais complexas não se realizaram durante vários anos. Todas foram retomadas nos últimos meses, fruto da difícil mas conseguida recuperação da capacidade de resposta da equipa de transplantação hepática do CHUC”.

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O especialista considera que “embora modesto, representa mais um esforço, bem-sucedido, de cumprir o objetivo de maximizar o aproveitamento de enxertos e diminuir o número de doentes que, por carência de órgãos, não chegam a beneficiar desta modalidade terapêutica salvadora de vidas”.

O progressivo aumento da capacidade técnica e logística da Unidade de Transplantação Hepática Pediátrica e de Adultos do CHUC permitirá ainda ampliar a aplicação desta solução para dois recetores adultos aumentando o impacto no número de transplantes realizáveis.

José Martins Nunes, presidente do Conselho de Administração do CHUC, e autor da lei dos transplantes (Lei 12/93 de 22 de abril) , na altura uma das mais avançadas do mundo, refere que este é mais um contributo do CHUC para o SNS e para a saúde dos portugueses.

Já a Sociedade Portuguesa de Transplantação (SPT) congratula-se com mais este passo dado no sentido de aumentar o número de transplantes em Portugal e salienta a importância desta técnica para o desenvolvimento da transplantação hepática no nosso país.

O transplante hepático tem provado ser um método eficaz no tratamento de doenças terminais hepáticas. Atualmente o número de dadores é menor do que as reais necessidades da população. O resultado é um aumento de tempo na lista de espera e do número de pacientes que não chegam a ser transplantados porque já não cumprem os critérios para transplante ou por morte, após deterioração progressiva da doença enquanto aguardam o transplante.

Este é um problema com que se defrontam todos os países. Ao longo do tempo, várias alternativas foram sendo desenvolvidas no sentido de maximizar a capacidade de resposta, aumentando o número de enxertos utilizados, com recurso a soluções técnicas de complexidade crescente. São disso exemplos o transplante hepático pediátrico com enxerto reduzido, a realização de dois transplantes hepáticos por divisão (split) de um fígado, o transplante de fígado “em dominó”, o transplante de fígado com enxerto colhido em dador vivo e o transplante de fígado de dador por paragem cardiocirculatória irreversível.

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