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Chineses satisfeitos com desempenho da EDP

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 29-08-2017

Um responsável da China Three Gorges (CTG), a maior acionista da EDP, afirmou hoje em Lisboa que “está satisfeito” com o desempenho da EDP e com “os seus gestores seniores”, sem no entanto se referir concretamente a António Mexia.

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antónio mexia

“Em geral, na CTG, como acionista da EDP, estamos satisfeitos com os nossos investimentos aqui e estamos satisfeitos com o desempenho da empresa e dos seus gestores seniores”, afirmou aos jornalistas o vice-presidente executivo da empresa chinesa, Lin Chuxue, quando questionado sobre se confia em António Mexia para liderar a EDP e se pretende manter o gestor à frente da elétrica, não se comprometendo com uma eventual renovação de mandato.

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Já quanto às investigações em curso na justiça portuguesa relativamente à EDP e a António Mexia, entre outros responsáveis, Lin Chuxue, que falava à margem da cerimónia de entrega de bolsas patrocinadas pela CTG e dirigidas a estudantes portugueses, que decorreu hoje na Embaixada da República Popular da China, em Lisboa, disse que “não está em posição de comentar isso”, garantindo, no entanto, que “a CTG vai respeitar a lei do país”.

António Mexia, presidente da EDP, é um dos responsáveis que foram constituídos arguidos no âmbito do inquérito a eventuais crimes de corrupção e participação económica em negócio na área da energia, além do presidente da EDP Renováveis, João Manso Neto, do administrador da REN João Faria Conceição e do responsável de regulação na empresa gestora das redes energéticas, Pedro Furtado.

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Foram também constituídos arguidos neste processo do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Jorge Machado e Pedro Resende, que foram vogais do Conselho de Administração da EDP, e Rui Cartaxo, que esteve no Ministério das Finanças e depois na Galp, foi adjunto do então ministro da Economia Manuel Pinho entre 2006 e 2007 e entrou para a REN em 2007. Também o antigo governante Manuel Pinho foi constituído arguido nesta investigação.

Em junho, o Ministério Público (MP) e a Polícia Judiciária realizaram buscas às sedes da REN, da EDP e da consultora The Boston Consulting Group, tendo recolhido “vasta documentação e informação digital”.

Segundo uma informação do DCIAP divulgada na altura, “o inquérito tem como objeto a investigação de factos subsequentes ao processo legislativo bem como aos procedimentos administrativos relativos à introdução no setor elétrico nacional dos Custos para Manutenção do Equilíbrio Contratual (CMEC)”.

Os CMEC são uma compensação relativa à cessação antecipada de contratos de aquisição de energia (CAE), o que aconteceu na sequência da transposição de legislação europeia no final de 2004.

A investigação pretende avaliar se, na sequência de decisões políticas dos vários governos desde 2004, as empresas energéticas foram beneficiadas em prejuízo dos consumidores finais de energia.

António Mexia garantiu logo na altura que a EDP não teve qualquer benefício em relação às alterações às condições dos contratos de apoio à produção nem no prolongamento da concessão das barragens: “Não houve claramente nenhum benefício para a EDP em 2004, nem em 2007, no contexto de processos que não foram da iniciativa da EDP, mas que decorrem de obrigações legais em que a EDP sempre cumpriu a lei”, garantiu.

Relativamente aos contratos dos CMEC, que o Governo quer rever para conseguir reduzir os custos da energia, Lin Chuxue disse mais uma vez que “não está em posição de negociar isso com o Governo”, acrescentando que “a EDP tem uma boa comunicação com o Governo” e que “as perspetivas são boas”.

Para o responsável da CTG, esta é “uma discussão que deve ser deixada para a gestão” e “é algo que não deve ser discutido entre os acionistas”.

Lin Chuxue disse ainda que eventuais investimentos conjuntos da CTG com a EDP em mercados internacionais “é um ponto muito importante da estratégia” da empresa.

“Para qualquer oportunidade que surja no mercado global, seja na Europa ou na América Latina e no futuro talvez em África, vamos discutir com a EDP sobre se podemos fazer esses investimentos”, afirmou o vice-presidente executivo da CTG, acrescentando que “não exclui” a opção de Angola “se se encontrar a oportunidade certa e os investimentos apropriados” neste mercado africano.

Na cerimónia de hoje, a CTG entregou pelo segundo ano consecutivo bolsas a alunos portugueses que vão estudar em universidades chinesas no próximo ano letivo, tendo cada bolsa o valor de 25 mil euros. Depois das universidades de Coimbra, Porto e Lisboa, que estabeleceram este protocolo com a CTG já em 2016/2017, este ano também as universidades Nova, Católica, de Aveiro, do Minho e do Algarve integraram a parceria.

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