Coimbra

Cheias no Baixo Mondego sem registo de feridos. Próximas horas serão cruciais para avaliar o impacto do colapso da margem direita

Notícias de Coimbra | 4 anos atrás em 21-12-2019

Cheias no Baixo Mondego sem registo de feridos. Próximas horas serão cruciais para avaliar o impacto do colapso da margem direita

Montemor-o-Velho, Coimbra, 21 dez 2019 (Lusa) – A situação de cheia que afeta a região do Baixo Mondego não provocou feridos e as autoridades advertem que as próximas horas serão cruciais para avaliar o impacto do colapso da margem direita em Montemor-o-Velho.

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Em conferência de imprensa, o Comandante Distrital de Operações de Socorro de Coimbra (CODIS) frisou que até ao momento (cerca das 20:00) não existiram feridos, situação que decorreu das medidas de prevenção e das evacuações preventivas realizadas ao longo do dia, com a retirada de cerca de 250 pessoas nos concelhos de Coimbra, Montemor-o-Velho e Soure.

“Está instalada uma cultura preventiva, que é isso que queríamos e as pessoas têm colaborado com todos os agentes de Proteção Civil”, observou o CODIS, Carlos Luís Tavares.

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Já sobre o colapso do dique do leito principal do Mondego, Carlos Luís Tavares disse que ocorreu “numa extensão de 100 metros” na margem direita, na zona de Formoselha: “o canal [de rega] desapareceu e a margem também colapsou. Temos a margem do rio e o canal de rega [adjacente a esta] e tudo isto se fragmentou”, revelou.

No entanto, Carlos Luís Tavares antecipou que a rotura possa não dar grande preocupação, dado que, à partida “as águas vão espraiar para os campos agrícolas” da margem direita.

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Estes situam-se entre o canal do Mondego e povoações como Montemor-o-Velho, Tentúgal, Carapinheira ou Ereira, que, esta tarde e ainda assim, foram colocadas em alerta máximo.

A rotura “pode vir a aumentar pelo desgaste [provocado pela força da água], no entanto vai espraiar para campos de terra”, reafirmou o comandante distrital, embora admitindo que as autoridades terão de aguardar “pelas próximas horas”, concretamente ao início da manhã, para perceberem o desenvolvimento da rotura e a quantidade de água que por ali sai em direção à sede de concelho e povoações adjacentes.

O CODIS de Coimbra disse ainda que as autoridades de Proteção Civil não vão desacelerar os mecanismos “de prevenção ou o aviso às populações”, nomeadamente para terem “cuidado com a possibilidade do rebentamento [do dique] da margem esquerda”.

Já o presidente da autarquia de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão, que esteve no local do colapso, indicou que a rotura “é total” e “assinalável”.

“A água entra diretamente do leito central para os campos, são muitos milhões de litros que estão a entrar”, observou o autarca, frisando que a situação de cheia, com caudais que ultrapassaram ao logo do dia o nível de segurança de 2.000 m3/s e se mantêm neste valor “não implica que não venha a haver roturas na margem esquerda”.

“Enquanto aqui [na margem direita] nos dá um espaço de manobra [pela existência dos campos agrícolas], na margem esquerda o ataque [da água] às populações é muito rápido”, alegou o autarca.

A expectativa das autoridades na margem direita é que a água atravesse os campos em direção a Montemor-o-Velho e fique retida nestes e num outro dique – que “é peça-chave” no sistema de defesa – junto à povoação de Casal Novo do Rio e da nova ponte sobre o leito abandonado do Mondego (que substituiu a que colapsou em 2001), perto do Centro Náutico local.

Daí as águas do Mondego poderão chegar, através do tal leito periférico, a uma estação de bombagem perto da localidade de Ereira, onde regressarão ao canal principal, mesmo se Emílio Torrão antecipa “preocupação” com a povoação de Casal Novo do Rio.

“E esta água que está a entrar [nos campos] vai demorar semanas ou um mês ou dois a sair, dependendo da quantidade”, antecipou.

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