CGD entrega 500 mil euros a unidades de saúde da região de Coimbra

Notícias de Coimbra | 7 anos atrás em 17-10-2017

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) vai alocar 500 mil euros para equipar unidades de saúde da região de Coimbra que têm estado a cuidar das vítimas dos incêndios que voltaram a afetar aquela zona no passado domingo.

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Numa conferência a propósito do Dia Internacional da Erradicação da Pobreza, organizada hoje em Lisboa pelo Montepio, o presidente executivo da CGD, Paulo Macedo, disse que, dos 2,6 milhões de euros angariados pelo banco público para as vítimas do incêndio que deflagrou em junho em Pedrógão Grande, alastrando a outros concelhos e deixando mais de 60 mortos e que estão a ser geridos pela Fundação Calouste Gulbenkian, “uma parte já foi para projetos concretos e cerca de 500 mil euros vão ser aplicados junto de instituições de saúde para equipar as que tem ajudado as populações, quer nas unidades de queimados quer noutras, na zona de Coimbra”.

Questionado sobre se a Caixa irá replicar esta iniciativa para apoiar as vítimas dos incêndios deste domingo na zona Centro, que fizeram mais de 30 mortos, Paulo Macedo não se comprometeu e disse apenas que vai ponderar.

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“Neste momento, a nossa preocupação tem de ser que esses fundos sejam aplicados. Houve uma generosidade dos portugueses muito maior do que a que era esperada e o que nos interessa saber é se esses fundos estão a ser aplicados, e estão. Sobre se podem ser aplicados também para este tipo de vítimas ou não, isso é algo que teremos de ponderar”, respondeu aos jornalistas à margem do evento.

Durante a sua intervenção, de cerca de 45 minutos, na conferência sobre a erradicação da pobreza, Paulo Macedo abordou as formas de atuação dos diversos intervenientes no problema, designadamente os governos, as pessoas e as empresas.

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Relativamente à intervenção dos governos, o presidente da Comissão Executiva da Caixa afirmou que “tipicamente fazem a sua ação pela função redistributiva do Estado, através dos impostos”, acrescentando que o IRS em Portugal “é um dos impostos mais progressivos que existe em qualquer sociedade desenvolvida” e que essa progressividade “é muitíssimo maior, não por causa das taxas, mas pela velocidade a que se chega à taxa máxima”.

Paulo Macedo destacou o papel das instituições: “Ninguém liga à qualidade das organizações e ninguém a discute. Não tenho dúvida nenhuma que é dos fatores que mais afeta a pobreza”, afirmou, acrescentando que as “instituições fortes” têm de ter estabilidade, combater as indústrias extrativas e ser sustentáveis.

“As instituições são as que combatem as indústrias extrativas ou, se quiserem, que combatem as rendas excessivas e vemos que há um conjunto de Estados que tem um conjunto de pessoas – regra geral famílias – que conseguem tirar uma renda da sociedade. Quando há qualidade das instituições, há um equilíbrio entre os interesses individuais e coletivos; quando não há, é-se capturado. Tirar rendas do Estado é uma coisa que não nos impressiona demasiado, exceto quando percebemos que, se as rendas vão para um lado, não vão para o outro. [Eliminar estas rendas] não resolveria tudo, mas daria um enorme contributo”, concluiu.

Ainda em relação aos governos, o presidente da CGD abordou a questão da corrupção e deu como exemplo os casos da China, da Índia e do Brasil, que foram “os países que tiraram mais pessoas da pobreza nas últimas décadas” e que têm campanhas ativas de combate à corrupção porque reconhecem que é um problema.

Depois, na atuação dos indivíduos, Paulo Macedo entende que “o desafio é haver um equilíbrio entre a procura e a oferta”, uma vez que “há um número alargado de pessoas que quer contribuir e as instituições nem sempre conseguem responder”.

Finalmente, na atuação das empresas, o presidente do banco público referiu a importância de se fazerem “investimentos responsáveis” e deu alguns exemplos do que a CGD está a fazer.

Em particular no apoio à educação, Paulo Macedo disse que, este ano, “a Caixa atribuiu sete milhões de euros” às universidades “de todo o país”, um montante que, neste momento, é gerido pelas próprias instituições universitária, mas que acredita que “irá evoluir forçosamente”.

Paulo Macedo pretende também que “uma parte no futuro seja para converter em bolsas para isenção de propinas para um conjunto de estudantes poder beneficiar diretamente”.

Interrogado pelos jornalistas sobre assuntos relacionados com a banca, em particular sobre a plataforma criada para gerir o crédito malparado dos bancos, o responsável da CGD escusou-se a responder.

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